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Mãe de criança autista denuncia escola de Orleans ao MP

Ao realizar a matrícula da filha, de 3 anos, teve a escolha do turno negado pelo fato de a criança ser portadora do Transtorno Espectro Autista (TEA).

Uma mãe denunciou na tarde dessa segunda-feira, dia 4, ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) uma escola da rede municipal de Orleans. Na denúncia, a vítima afirma que procurou a unidade escolar para realizar a matrícula da filha, de três anos, mas inicialmente teve a escolha do turno negado pelo fato de a criança ser portadora do Transtorno Espectro Autista (TEA).

A menina é autista do tipo 1 e estudava no Maternal 3 do Centro de Educação Infantil (CEI) Flávio Bussolo, no bairro Lombas, em Orleans. Devido à idade, a criança precisa trocar de escola para o próximo ano letivo, e a mãe procurou o CEI Débora Laurentino, no bairro Corridas, nessa segunda-feira, dia 4, para realizar a matrícula.

Ao chegar na unidade, a mãe conta que recebeu a informação que havia apenas mais uma vaga na turma em que desejava matricular a filha. Como a menina precisa de cuidados especiais e realiza outras atividades no contraturno, como acompanhamento na Apae e terapia ocupacional, o melhor período para estudar seria o vespertino, sendo o que estava disponível.

Até este momento, segundo a mãe, estava dando tudo certo na matrícula, até que a mulher apresentou a carteirinha de autista da filha para a coordenadora pedagógica. “Quando ela viu que a minha filha era autista ela disse que não ia incluir mais um autista naquela turma, pois já tinham dois matriculados. Ela começou a falar de uma forma como se os autistas fossem bichos. Que além de colocar mais um autista na sala, estaria prejudicando a minha filha e as outras crianças”, relata Brenda Cardoso.

A mãe conta que a coordenadora ainda tentou convencer a mulher de matricular a filha no período matutino, dando a alternativa de trocar o horário dos demais acompanhamentos da menina. “Quando eu disse que não ia trocar, ela começou a me tratar muito mal, disse que não ia aceitar. Quando eu finalizei a matrícula, ela disse que iria verificar se a criança estudaria pela manhã ou à tarde, pois dependeria da abertura de uma nova turma”, lembra.

Brenda conseguiu realizar a matrícula da criança, mas conta que não sabe em qual turma a filha irá estudar. Diante da posição da profissional, Brenda registrou um boletim de ocorrência e levou o caso ao Ministério Público, que deve investigar o ocorrido, segundo o Termo de Informação do MPSC.

Nas redes sociais, a mãe divulgou um vídeo ainda nessa segunda-feira, dia 4, logo após deixar a escola. Nos comentários uma mulher relata que presenciou os fatos. “Não acredito! Tinha mais de uma vaga à tarde no pré I quando eu saí, e você era a próxima. Mas quando eu estava lá, ela brigou com a menina que estava fazendo cadastro pq tinha que matricular mais crianças de manhã, mesmo tendo vaga à tarde. Achei absurdo já essa hora, agora impedir de matricular por ter mais de uma criança autista na turma é o fim né!”, escreveu.

A Secretaria de Educação Municipal, por meio da Prefeitura de Orleans, se manifestou sobre o caso. Em nota de esclarecimento, o município afirma que a matrícula foi realizada para a criança. Acompanhe abaixo:

NOTA DE ESCLARECIMENTO 

A Secretaria de Educação vem a público informar, que hoje (04/12/2), durante o dia, a Senhora Brenda, procurou a Escola de Educação Básica Debora Laurentino, para realizar a matrícula de sua filha que é autista. 

A matrícula foi efetuada conforme protocolo realizado na secretaria de educação. 

A vaga da infante está garantida e ela, estudará na rede pública municipal. 

Qualquer informação contrária não condiz com a verdade. 

Atenciosamente

 Maira Regina Luiz

Secretária de Educação

Depois do ocorrido e antes da emissão da nota de esclarecimento, a mãe conta que a secretária de Educação de Orleans entrou em contato com ela”Ela pediu desculpas, disse que isso não era para ter ocorrido e pediu que eu fosse hoje na escola para verificar como ficaria a turma dela e depois publicou essa nota”, conta a mãe.

Brenda afirma que a criança deve seguir os estudos na escola, conforme a matrícula, mas lamenta o fato. “Que a inclusão não seja só bonita na internet, mas que na vida também”. Agora, a mãe deve se reunir nos próximos dias com advogados que estão dando suporte para a família.

A Apae de Orleans, onde a menina realiza acompanhamento, emitiu uma nota de repúdio, acompanhe abaixo:

 

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