Notícias de Criciúma e Região

“Maconha, Canabinoides e Terapêutica” serão debatidos na Unesc

A Unesc realiza no mês de maio o 15º Simpósio de Pesquisa em Ciências da Saúde, que terá como tema “Maconha, Canabinoides e Terapêutica”, promovido pelo PPGCS (Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde) e Laboratório de Psiquiatria Translacional da Unesc. As inscrições para o evento, que ocorre em 30 e 31 de maio já estão abertas. O objetivo é promover uma discussão aprofundada sobre o tema, bem como a interação entre os professores e alunos nos níveis de graduação e pós-graduação.

O encontro vai abordar temas como aspectos epidemiológicos do uso da maconha, políticas públicas e jurídicas, receptores canabinoides e seus mecanismos de ação, aspectos clínicos e a maconha como fator de risco para doenças psiquiátricas. Entre os nomes confirmados para o evento está o médico psiquiatra, psicanalista e professor doutor Sérgio de Paula Ramos, com 40 anos de experiência no tratamento de dependências químicas.

O psiquiatra, pesquisador e professor doutor da Unesc, João Luciano de Quevedo, integrante do PPGCS e professor do Departamento de Psiquiatria e Ciências do Comportamento da McGovern Medical School, The University of Texas Health Science Center at Houston, nos EUA, explica que o uso medicinal, seja da maconha ou seja dos compostos derivados, os canabinoides tem se intensificado. “Sobretudo o uso do Canabidiol para epilepsia resistente ao tratamento, Parkinson resistente ao tratamento. Inclusive há uma resolução do Conselho Federal de Medicina que permite aos médicos prescreverem o Canabidiol, se isso for necessário”, relata.

O 15º Simpósio de Pesquisa em Ciências da Saúde se propõe a analisar os dois lados do uso, incluindo os malefícios da maconha. Um exemplo dos danos causados à saúde é a relação comprovada entre o uso recreativo e as doenças psiquiátricas. “Do ponto de vista médico/biológico, existe a vertente de danos do uso abusivo e recreativo da maconha no surgimento de doenças psiquiátricas. O que mais nos preocupa, na comunidade médica, é o alto risco do desenvolvimento de doenças psiquiátricas graves como a esquizofrenia”, salienta Quevedo.

Para o pesquisador este encontro promove um grande esclarecimento à comunidade, em especial à científica, sobre como conseguir fazer a diferenciação entre uma coisa e outra. “Quando falamos do uso terapêutico da cannabis e seus derivados, não estamos falando de uso recreativo e abusivo da maconha. São coisas totalmente diferentes”, esclarece.

Você também pode gostar