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Leandro Karnal leva reflexões a mais de três mil pessoas em palestra virtual

Uma aula a cada frase. Assim pode ser resumida a palestra concedida por Leandro Karnal por meio da Unesc na noite de ontem, 15. O escritor, doutor em história e apresentador protagonizou o evento virtual oferecido pela Universidade como um presente para professores e professores e para a comunidade em geral em alusão ao Dia do Professor, celebrado neste dia 15 de outubro.

A palestra promovida pela Unesc reuniu ao longo de pouco mais de uma hora e meia mais de 3.500 pessoas interessadas em aprender com a experiência e a sagacidade de Karnal. Para a reitora da Universidade, Luciane Bisognin Ceretta, esta foi mais uma forma encontrada, somada aos presentes e homenagens entregues ao longo do dia, para representar o sentimento que marca o dia: a gratidão.

“Professores e professoras, que possamos, juntos, comemorar muitos dias dos professores e que esta Universidade seja sempre comunitária, colaborativa e de pessoas que fazem bem fazendo o bem. A palavra que define nosso sentimento, o qual quero estender a todos os que me antecederam na função honrada que hoje desenvolvo e que me foi confiada, é gratidão! Sigamos firmes, serenos e tranquilos, plenos de esperança nestes tempos difíceis, multiplicando saberes e cultivando dias de paz”, destacou aos colegas docentes.

Reflexões de um professor com orgulho

Ao longo de toda a sua fala Leandro Karnal demonstrou seu orgulho pela docência e a importância deste papel na formação de todos os cidadãos. Conforme o palestrante da noite, a educação impõe dificuldades que, inclusive, não são poucas, mas que valem a pena serem enfrentadas.

Ao citar Rubem Alves e sua qualificação em qualificação em botânica, Leandro recordou uma fala na qual o autor relata que aprendeu complicadas classificações botânicas, nomes latinos de aves e outros assuntos que acabou esquecendo com o tempo, mas que ninguém jamais tinha lhe chamado a atenção para a beleza das árvores ou a simetria das folhas. “Parece que as escolas estavam mais preocupadas que os alunos dominassem palavras do que apontassem para a realidade que essas palavras designavam. As palavras só têm sentido se ajudarem a ler o mundo. As palavras só têm sentido se não perturbarem o ato de ver, mas ajudarem no ato de ver”, refletiu com os espectadores destacando que é nesse significado que a educação encontra seu grande sentido, o de se tornar uma leitura do mundo.

Apesar de tantas mudanças no que diz respeito à docência, trazendo à tona sua formação como historiador e relembrando a formação do padrão das salas de aula em sua maioria seguido até os dias atuais, Karnal destacou a importância do ingrediente humano nesta receita.

“Ser professor é um grande desafio porque nesse momento nós professores temos que dar uma resposta para a qual não fomos preparados. Não confundam evolução pedagógica com aparelhos modernos. Posso fazer uma educação medonha com aparelhos de última geração e uma educação transformadora debaixo de uma árvore. O ato de educar é transformar e não é a conexão 5G que caracteriza a transformação”, pontuou.

A função de lecionar, para Leandro, é um de seus grandes orgulhos e defesas como contribuição pessoal à educação. “No futuro quando me perguntarem o que eu fiz para que o Brasil mudasse eu responderei que eu dei muita aula, corrigi muita prova e falei com muito aluno, eduquei muita gente, estimulei muita gente e aprendi com muita gente”, acrescentou.

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Após diversas reflexões, Karnal dividiu com os espectadores e colegas docentes o convite para continuarem fazendo a diferença, dia a dia enfrentando os percalços da jornada e buscando dar o melhor a cada aula. “Sou professor, quero morrer professor. Gosto muito disso que faço e acho essencial. Esse país precisa muito de vocês. Hoje é um dia para pensar nisso e amanhã é dia para fazer isso”, declarou.

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