Justiça absolve Air France e Airbus por acidente que matou 228 pessoas; entre as vítimas estava moradora de Nova Veneza
Deise Possamai, 34 anos, foi uma das vítimas no acidente mais letal da história da aviação comercial francesa
A Justiça francesa absolveu a Air France e a Airbus no julgamento sobre a queda do voo 447, que saiu do Rio de Janeiro para a França e caiu no meio do Oceano Atlântico, em 2009. A decisão é desta segunda-feira, 17.
O acidente deixou, deixando 228 mortos, 12 tripulantes e 216 passageiros, entre as vítimas estava a neoveneziana, Deise Possamai, de 34 anos. Ela viajava com destino à Itália, onde ficaria por um ano para fazer um curso de especialização em Administração Tributária, na época, Deise trabalhava como fiscal de tributos na Prefeitura de Criciúma.
O tribunal considerou que, apesar de as empresas cometerem falhas, não foi possível demonstrar relação de causalidade com o acidente. Esse foi o mesmo entendimento do Ministério Público francês, em dezembro de 2022.
As caixas-pretas confirmaram que o acidente aconteceu em decorrência do congelamento das sondas de velocidade quando o avião estava em voo de cruzeiro numa zona com condições meteorológicas diversas. O problema fez com que os aparelhos relatassem informações de altitude de forma incorreta, o que levou os pilotos a perderem o controle da aeronave.
Investigações relataram que danos parecidos nas sondas aconteceram antes do acidente, o que levantou questionamentos sobre o papel das empresas no ocorrido.
Entenda
Na madrugada de 1º de junho de 2009, o avião AF447 caiu no Oceano Atlântico, quase quatro horas após decolar do Rio de Janeiro. Todas as 228 pessoas que estavam a bordo morreram – entre passageiros e tripulantes. Dessas, 58 vítimas eram brasileiras.
As duas empresas negam qualquer falha. Embora os juízes de instrução tenham arquivado o caso em 2019, os familiares das vítimas e os sindicatos dos pilotos recorreram e, em maio de 2021, os tribunais enviaram as duas empresas a julgamento por homicídio doloso.