Junho Violeta: campanha alerta sobre os riscos do ceratocone, doença responsável por 70% dos transplantes de córnea
Sociedade Catarinense de Oftalmologia recomenda que as formas de prevenção da doença são evitar coçar os olhos e a realização de consultas periódicas ao oftalmologista
O mês de junho faz um importante alerta para a saúde dos olhos, por meio da campanha Junho Violeta, iniciativa que desde 2018 chama a atenção para o perigo silencioso do ceratocone. A enfermidade é responsável por cerca de 70% dos procedimentos de transplante de córnea, segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 150 mil brasileiros entre 10 e 25 anos, são atingidos pela doença todos os anos. Os números mostram a importância da campanha para conscientizar e prevenir o ceratocone. Como explica o médico oftalmologista e presidente da Sociedade Catarinense de Oftalmologia (SCO), Ayrton Ramos, um dos principais vilões do ceratocone é o hábito de coçar os olhos. “A doença está associada à herança hereditária, mas a maioria dos casos decorre de uma alergia nos olhos que leva à uma sensação de coceira e esse ato de coçar constantemente para aliviar o sintoma, acaba deformando a córnea em médio e longo prazo”.
Essa deformação faz com que a córnea fique com formato de cone, o que impossibilita a projeção de nítida das imagens na retina, podendo causar astigmatismo irregular, miopia e até mesmo cegueira. Portanto, a principal recomendação para evitar o ceratocone é evitar coçar os olhos, reforça o presidente da SCO, entidade que apoia e enfatiza os cuidados para evitar a progressão da enfermidade.
Tratamentos
Ramos ressalta que o tratamento do ceratocone depende do estágio da doença. No estágio inicial o uso de óculos permite ter uma visão praticamente normal, porém, “com o avanço da enfermidade o uso de lentes de contato especiais melhora a visão e auxilia na progressão da doença”. Nos casos em que o ceratocone estiver mais avançado o tratamento indicado é crosslinking, um procedimento que induz o aumento da rigidez e da resistência da córnea, permitindo que ela não se altere com o passar dos anos. Também existe a possibilidade da implantação de um anel dentro da córnea, visando frear a sua curvatura. E por fim, o transplante de córnea que é a última técnica aplicada para o tratamento da doença.