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Jovens precisam estar aptos para o novo mundo do trabalho

“A grande lacuna que temos hoje no Brasil é esta separação entre educação e trabalho. Temos que preparar os nossos jovens para um novo trabalho. A educação tem que fazer sentido para ele, do contrário, ele abandonará a sala de aula e vai engrossar o número dos chamados nem-nem”, alertou o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, na abertura do primeiro seminário A Educação Integral e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no contexto da Reforma do Ensino Médio: Os Desafios da Educação para o Mundo do Trabalho. O encontro ocorreu ontem em Criciúma.

Côrte falou sobre as novas perspectivas para o mundo do trabalho. “As novas tecnologias, equipamentos, a chamada indústria 4.0, estão se disseminando e chegando rapidamente ao Brasil. Precisamos preparar nossos jovens para que eles compreendam quais são as demandas e requisitos desse novo mundo que tem seus desafios e também é fascinante, pelas descobertas que estamos fazendo nessa caminhada”, frisou.

O diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Ramos, também participou do evento e alertou que o mundo do trabalho está mudando drasticamente. “O Brasil já tem 12 mil robôs. A revolução industrial 4.0 está colocando novos desafios para os jovens e para os empregadores. Portanto, é preciso preparar os jovens com educação plena, desenvolvendo novas habilidades para o século 21”, afirmou.

A educação do século 21 requer a construção de uma escola que prioriza o desenvolvimento dos estudantes nas competências para as novas exigências desse século. “Estamos falando aqui na educação integral desses estudantes. Essa educação integral não se refere ao tempo de permanência do estudante na escola e, sim, ao propósito da educação que se oferece a ele. A escola precisa trabalhar intencionalmente oferecendo oportunidades para o desenvolvimento de competências como colaboração, abertura para o novo e resiliência, entre outras”, disse Mozart.

Gildo Volpato, secretário-adjunto da SED, afirmou que as mudanças na sociedade se refletem na educação. “As mudaças são causadas pelas próprias necessidades do nosso tempo. Há inúmeras pesquisas que mostram a relação entre o nível de educação escolar e a renda. A escola continua sendo a esperança de um mundo melhor”, ressaltou. A coordenadora de ensino médio da SED, Sirley Damian de Medeiros, complementou informando as modalidades já trabalhadas pela Secretaria de Educação com o viés da educação integral.

O vice-presidente regional da Fiesc, Diomício Vidal, afirmou que é urgente debater o tema educação para melhorar o País. “Queremos contribuir e dizer que é uma grande oportunidade de alinhamento sobre o impacto positivo da educação integral na melhoria do ensino, na diminuição da evasão escolar, no aumento do interesse dos jovens pelo ensino técnico, tendo em vista os itinerários do nosso modelo de ensino”, citou.

Os eventos têm apoio da Secretaria de Estado da Educação (SED) e do Sesc/SC. Nesta sexta, o seminário será realizado em Joinville, a partir das 15 horas, durante a Feira do Livro, no Centreventos Cau Hansen. No dia 20 de junho, o encontro ocorre em Blumenau. Outras três cidades – Chapecó, Concórdia e Caçador – recebem este seminário nos próximos meses.

Curso educação integral – No evento, a Fiesc apresentou a série de cursos Educação Integral para o século 21, desenvolvida pelo Instituto Ayrton Senna em parceria com a Fiesc e com a Fecomércio-SC. A série tem o objetivo de contribuir com a ampliação dos conhecimentos dos profissionais da educação sobre a construção de uma escola que prioriza o desenvolvimento dos estudantes por meio das competências para o século 21.

Ao todo, são três cursos na modalidade on-line, com conteúdo elaborado pelo Instituto Ayrton Senna, que somam 140 horas de carga horária: Educação integral, Leitura e produção textual na perspectiva dos multiletramentos e Projetos na escola, aprendizagem para a vida.

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