Autor da proposta que prevê o parcelamento dos débitos de pequenas empresas com até 180 meses, o senador Jorginho Mello (PL) viveu uma situação insólita na sua nova trajetória de neoconservador: trabalhou arduamente para derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro na Câmara e no Senado ao projeto denominado Relp, fato consumado nesta quinta, dia 10.
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As dívidas são relativas ao Simples Nacional – que taxa um coquetel de impostos, do municipal ao federal em 6% -, e se tornaram um tormento para os empreendedores durante a pandemia.
Jorginho, vice-líder do governo no Senado, teve que ir contra Bolsonaro, mas visou o Planalto que não poderia jogar contra a causa que defende desde os tempos de deputado estadual.
Nas contas do senador catarinense, que chamou a derrubada de “vitória das miro e pequenas empresas”, que poderiam ser descadastradas em função da dívida acumulada e não ter mais acesso ao benefício, cerca de 440 mil pequenos empresários devem ao governo federal quase R$ 20 bilhões em tributos do Simples Nacional e corriam o risco de ficarem de fora do sistema a partir de 31de março.
Efeitos?
Jorginho faz todos os movimentos de pré-candidato ao governo em cima de Bolsonaro em Santa Catarina. Agora, diante da situação que poderia ter efeitos danosos ao segmento pelo qual atua, optou pelos empreendedores em vez do Planalto.