Vivemos momentos de turbulências, incertezas e tensão, as redes sociais se tornaram espaço para frustrações e ataques. O inconformismo com as questões políticas retrata a necessidade da pauta de hoje, inteligência emocional limitada, sim, o limite não é apenas sobre o que se pensa ou se acredita, é também sobre o que se sente e o que se faz com isso. Já sabemos que a pauta é muito aderente nas organizações e por isso, uma preocupação cada vez maior em desenvolver esta habilidade. Mas afinal, o que significa inteligência emocional?
Não tem como falar desse tema sem falar sobre o que é emoção. E tenho certeza que todos sabem o que é emoção, mas talvez, tenham dificuldade em conceituá-la. Imagine a seguinte cena, você foi convidado a ajudar a selecionar o Diretor de uma empresa gigante, a maior do seu estado, e você fez todas as análises cabíveis, currículo, antecedentes, habilidades, experiências e você já estava extremamente empolgado, pois os números que este candidato gerou em outras experiências eram infinitamente incríveis, de repente, vem um aviso do Conselho da organização dizendo que algo está errado com essa contratação, e que terão de optar por outro candidato, que tem menos competências, uma reputação nada favorável, mas além de amigo íntimo de um dos conselheiros, ele tem um carisma e lábia que são inenarráveis – dobra até mesmo aqueles ditos intelectuais (qualquer semelhança é mera coincidência).
Nesse momento seu cérebro começa a disparar uma série de informações e seu corpo dá sinais fisiológicos, boca seca, pupila dilata e uma série de hormônios são acionados…emoção é isso, uma resposta cerebral, fisiológica, automática, ela acontece. Logo, inteligência emocional não é sobre controlar as emoções, é sobre compreender como elas funcionam dentro de nós e que respostas geram em nossos comportamentos. Emoção tem a ver com ação. Geralmente são inconscientes, estão abaixo da nossa linha de percepção. A partir do momento em que você a torna consciente, você está diante de um sentimento. Nossos sentimentos são nossas percepções conscientes das nossas emoções. Logo, o que estamos vivendo e vendo neste momento é uma multidão de seres humanos inundados de emoções, sentimentos e consequentemente, de ações – por vezes limitadas em qualidade e empatia.
Será que estamos vivendo um momento onde as pessoas estão sendo colocadas à prova, sua capacidade ou incapacidade emocional? Todas as brigas, discussões, pontos de vistas que estão se embasando para se expressar em redes sociais são reais ou também fruto do impacto emocional? Sim, as emoções alteram nossas percepções. Cuidado com sua reatividade, cuidado com as experiências que você anda se colocando à disposição, cuidado com o que você tem feito com você e com os seus. Calar-se é a solução? Obviamente que não, isso seria um extremo e todo o extremo pode ser nocivo.
Para vivermos os desafios da vida adulta humana, privilegiando a saúde mental e desenvolvendo a inteligência emocional, sim ela é limitada quando não a exploramos e ilimitada no sentido de que sempre estaremos sendo convidados para o próximo nível. Para tanto é imprescindível que você e eu, saibamos reconhecer, dar nome ao que sentimos, para termos consciência sobre o momento de recuar ou avançar. Buscar compreender uma perspectiva diferente da sua, isso é a empatia, nos tempos atuais, esse talvez seja nosso maior exercício. Pare de buscar a perfeição, isso pode mascarar nossa própria covardia.
E lembre-se, não existe destino final para inteligência emocional, por isso ela é limitada. O que existe são experiências que nos permitem desenvolvê-las em momentos e cenários diferentes e, para isso, não existem limites. Precisamos nos desafiar, afinal, somos todos talentos e também, imperfeitos.”