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Instituição de ensino celebra seis décadas de trabalho

Fundada em 2 de maio de 1959 para ser o braço assistencial da indústria carbonífera a Satc se consolidou em referência de ensino, seja desde a educação básica à pós-graduação. Em seis décadas de trabalho, passou da parte assistencial para a educacional e registra mais de 143 mil matrículas. Neste período, somente nos cursos técnicos, foram formados mais de 15 mil jovens.

A relação da Satc com o setor carbonífero é forte ainda hoje. As empresas destinam 1% de seu faturamento para a escola. Isso representa algo em torno de R$ 5 milhões por ano. Esses valores são revertidos em bolsas. Filhos e filhas dos trabalhadores do carvão foram formados e se destacam Brasil afora. O trabalho no subsolo das minas foi fundamental para que a filha do mineiro Marcel, Joana, ingressasse na Satc. Sem a bolsa de estudos que custeia parte dos valores, ela não seguiria estudando. E olha que ela nem queria vir. “Vim pra cá no 5º ano, mas não queria deixar meus amigos. Era uma escola nova, diferente”, conta Joana Zanin Teixeira, 16 anos.

Hoje não se vê em outro lugar. “A Satc é minha segunda casa. É incrível. Ela é muito diferente dos outros colégios. A preparação para o vestibular, o jeito como os professores te tratam, eles te ouvem, te ajudam em qualquer dificuldade”, argumenta.

Estudante do terceirão, Joana também faz o técnico em Eletrotécnica. “Não pensei em fazer Elétrica, mas metade da família é dessa área né!”. Além disso, o fato de subir no forro de casa para ajudar o pai Marcel, sob os olhares atentos da mãe Adriana, também pesou na decisão. “O curso ajudou a abrir minha mente, ter mais maturidade. Tenho receio de sair desse mundo de estudante, mas sempre somos preparados. Participamos de palestras, outros alunos que já estão no mercado chegam para conversar e tudo isso dá mais segurança”, revela.

O amor pelo que se faz reflete nos cuidados de colaboradores de todas as áreas, que se esmeram para deixar tudo em dia. Desde o jardim, merenda, cuidados com salas de aula, tudo tem uma dedicação especial. “A Satc tem uma áurea diferente, deixa a gente com orgulho porque sabe que estamos contribuindo para transformar muitas vidas. Essa inquietude é boa. Estamos nos reinventando, não apenas na parte educacional, mas em todas as áreas”, ressalta o diretor executivo da Satc Fernando Luiz Zancan.

Com a maturidade de quem quase fechou as portas no final da década de 1980, em virtude da crise do carvão, mas soube se reinventar, a Satc celebra as seis décadas lembrando do passado, mas olhando para o futuro. Ensino do inglês fortalecido por meio do programa My English, uma parceria do Colégio Satc com a editora britânica Cambridge University Press, a implantação da disciplina de Tecnologias Ativas desde a educação infantil até o ensino fundamental, estímulo ao empreendedorismo criativo e ao surgimento de startups são apenas algumas das propostas já implantadas.

A parceria com o setor industrial continua forte, trazendo problemas reais para dentro da instituição e fazendo com que os alunos sejam desafiados a propor soluções. Para o diretor geral da Satc, Carlos Antônio Ferreira, a melhor forma de transformar as pessoas é pela educação. “Sempre incentivamos pelo exemplo. A educação formal tem peso grade, traz os conceitos e estimula o conhecimento. Mas as atitudes, o mostrar como se faz, a ética, isso é que envolve. E isso a Satc realiza com muita desenvoltura. Temos um time de alunos que já se forma com essa preocupação: ajudar a transformar o mundo”, pondera.

Programação especial

As comemorações dos 60 anos iniciaram já em fevereiro, mas é nesta quinta-feira (2), o dia do aniversário, que serão intensificadas e voltadas para os estudantes. As aulas seguirão normais, mas nas aberturas dos períodos e nos intervalos serão realizadas apresentações teatrais e musicais.

O Satc Cultural estará movimentando a instituição durante todo o dia. A partir das 17h, no pátio em frente ao centro de convivência ocorre o Festival do Pôr do Sol, que receberá os alunos do período noturno. Outro local de memória é a sala preparada no prédio 22, que terá a transmissão de fotografias antigas. A visitação pode ser realizada durante toda a quinta-feira.

 

 

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