Notícias de Criciúma e Região

Horto escolar: participação de crianças incentiva experimentação na refeição

Prática fortalece contato dos alunos com a terra, o plantio e o cuidado com a fauna, flora e o meio ambiente

Com as mudanças no estilo de vida das famílias urbanas, o contato diário com a natureza acaba ficando distante. A partir dessa realidade, o Colégio Satc ampliou suas propostas pedagógicas pala além da sala de aula. Onde as crianças tem a disposição um horto florestal e uma horta para cultivo de plantas, hortaliças, vegetais e frutas. A participação dos estudantes na produção dos alimentos é uma ferramenta de incentivo para que os experimentem durante as refeições no ambiente escolar. Essa prática fortalece o contado dos alunos com a terra, plantio e o cuidado com o meio ambiente.
Por meio da horta é possível trabalhar a realidade e aproximar as turmas de questões que fazem parte do meio social, como o ato de comer. “A participação da criança em qualquer etapa da produção de alimento, seja no plantio, colheita ou preparação para consumo, incentiva no momento da refeição. Desperta um interesse a mais no ato de comer aquilo de ajudou a plantar, a colher ou a preparar”, explica a nutricionista do Colégio Satc, Bruna Izidro.

 

Durante as atividades práticas, estímulos sensoriais, motores e mentais são ativados. “Caso a criança ajude no plantio, o contato com a terra desperta o tato, há o entendimento também de regar aquilo que foi plantado, aprendendo na prática que colhemos o que plantamos e cultivamos. Além de toda a experiência olfativa e de paladar ao colher determinados alimentos e prepará-los”, destaca a nutricionista.
 
Feirinha orgânica do Infantil
 
Durante as atividades da turma Integral da Educação Infantil, os alunos do projeto ‘Curiosos por Natureza’ têm contato com o reino animal e vegetal. Na proposta educacional, os pequenos iniciaram visitas na horta da escola para o preparo da terra.
“Tivemos o cuidado em preparar o solo, selecionar as mudas, plantar, tirar as ervas daninhas, molhar e ver crescer. Todo o processo levou 60 dias para que o dia tão esperado chegasse. Antes de colher, nós fomos só para observar, apreciar, sentir o cheiro, manusear e depois colher com muito carinho para a nossa feirinha”, conta a professora da Educação Infantil do Colégio Satc, Tais Agda da Rosa.
Com a proposta, foi montada a Feirinha Orgânica do Integral para que os alunos entendessem o real valor do trabalho em que tiveram. “Decidimos comercializar as alfaces, cebolinhas e salsinhas com um valor simbólico para depois trocar por mudinhas. Todo o dinheiro arrecadado na venda dessas hortaliças que eles plantaram vai virar novas, porque é importante as crianças saberem de onde vem, como a gente consegue as coisas. É realmente entenderem sobre a questão de financeiro, o custo e quanto vale aquele alimento. Essa vivência vai além do plantas, e comer, é um aprendizado social para nossos estudantes”, enfatiza a coordenadora da Educação Infantil do Colégio Satc, Luciana Peruch Ferreira.

 

A variedade de alfaces chamou a atenção das famílias que passaram pela a feira e com isso, todos os 100 pés foram vendidos. “A gente acompanha bem as atividades aqui da Satc, é um espaço bem amplo que pode ser explorado. As professoras trabalham bastante com o concreto, atividades práticas para o aluno viver esses momentos, que eu acho bem importante para o crescimento de todas as crianças, assim como esse dia da feira”, relata a avó do aluno Vicente Mota, Bernadete Possamai Mota.
A alegria em ver os produtos serem comprados pelos pais tomou conta dos pequenos. “A gente plantou, regou e colheu as alfaces e agora estamos vendendo para os papais. Ajudando a professora Tais colocando no saquinho e cuidando para não amassar. Essa aula foi muito divertida”, comemora a aluna Laura Izidoro.
A atividade também é responsável por mostrar os alunos sobre a qualidade das comidas, assim como os produzidos no horto. “Alimentos orgânicos, ou seja, sem a presença de resíduos de agrotóxicos, pesticidas sintéticos, são mais saborosos, garantem uma fonte saudável de alimento e ainda colaboram para um meio de vida mais sustentável”, comenta a nutricionista.
Aprendendo sobre a fotossíntese no horto
 
Uma proposta educacional que também é desenvolvida com crianças e adolescentes, é a ligação de estudos científicos com as visitas ao horto. Para a turminha da Educação Infantil IV, aprender sobre a fotossíntese ficou ainda mais fácil.
“Com uma proposta lúdica, distribui várias folhas para os alunos para que pudessem entender sobre a morfologia das plantas, ver as nervuras, a importância da terra para o crescimento delas. É interessante fazer associações com o que as crianças conhecem para explicar algo novo. Então abordamos sobre a alimentação e nutrientes das plantas, o papel do sol nesse processo de absorção de CO2 para a liberação do oxigênio no ar”, esclarece estagiária em biologia do horto da Satc, Vitória Tereza dos Santos.
Durante a atividade, os pequenos puderam tirar dúvidas e conhecer a diversidade de espécies de plantas e flores. “Na aula do horto a gente conheceu sobre os alimentos das plantas, os nutrientes que elas precisam para viver. A água e sol são os responsáveis pela fotossíntese”, conta o aluno da Educação Infantil IV, Benjamim Cardoso da Silva.

 

Projeto Descascar Mais e Desembalar Menos
 
Durante todo o semestre, os alunos do 1º ano Ensino Fundamental participam do projeto “Descascar Mais e Desembalar Menos”, promovido na aula de Educação Física. A proposta envolve a percepção dos alunos sobre o que é a alimentação saudável.
“Nas atividades de aula, promovemos saúde e bem-estar, mas também é nosso papel orientar as crianças sobre o que trazem nos lanches. De forma lúdica, trabalhamos o projeto trazendo a história do sanduíche da Maricota e a partir daí cada um começa a perceber sua própria lancheira. Também desafiamos as turmas a trazerem uma fruta por dia, pode ser a que mais gostam, mas que tragam todo dia. Assim o hábito começa a ser natural para os estudantes”, enfatiza a professora de Educação Física, Bruna Semeler.
Para que a iniciativa seja mais visual, os alunos recolhem todo tipo de embalagem de alimentos que consomem em casa para mostrarem em uma aula didática. “Com a proposta do semáforo alimentar, as crianças aprendem de forma divertida sobre os alimentos. Então separamos tudo e fazemos uma analogia, o que está no verde pode comer, o que pertence ao amarelo eu posso consumir às vezes e o que está no vermelho eu devo acender um sinal de alerta e fugir deles”, saliente Bruna.
Para que as turmas compreendessem ainda mais o que são os alimentos saudáveis, uma visita a horta e ao horto do colégio complementou todo o aprendizado visto de forma didática nas aulas. E girassóis foram plantados como recordação das turmas.
Você também pode gostar