Há mais de um ano parado, setor de eventos cobra soluções para retomar atividades
Em Santa Catarina, segmento conta com 3.951 empresas e 5.327 empregos diretos
Um dos segmentos mais afetados pela pandemia da Covid-19 reivindica alternativas imediatas para o retorno ao trabalho. Há mais de um ano, os profissionais do setor de eventos estão proibidos de exercer suas atividades devido às medidas de distanciamento social, visando conter a propagação do vírus.
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Grande parte dos trabalhadores do setor enfatizam a necessidade de voltar as atividades, se adaptando ao cenário atual. “Continuamos sem apoio do poder público. Nós que oferecemos emprego a tantas pessoas estamos sem fazer a roda girar. Sabemos das dificuldades, dos cuidados necessários, mas se têm empresários que não querem aderir ao lockdown por 15 dias, imagine ficar parado por 365 dias e sem perspectiva de voltar às atividades?”, afirma o promotor de eventos, João Leandro.
Para a decoradora, Elisângela Teixeira, a impressão que as medidas passam é que o vírus só é transmitido em festas. “Não é um mês ou dois, é mais de um ano sem poder trabalhar, sem remuneração, sem lucro. Mas as contas precisamos manter em dia”, desabafa.
Sgundo o fotógrafo, Fabrício Amboni, inúmeros eventos adiados, em alguns casos chegaram a ser remarcados, mas, ainda assim, não foram realizados na nova data. “Nosso trabalho é colocado em prática, de fato, nos finais de semana, então fica difícil atuar em meio a tantos decretos e impedimentos”, afirma.
Dinheiro jogado fora
Os impactos da pandemia no setor têm causado prejuízos não apenas pela falta de faturamento, mas, também, despesas com o que já foi pago. “Diante da demanda alta que possuía de atendimentos, meu estoque de produtos são proporcionais. Final do ano passado tive que descartar uma média de R$ 10 mil em produtos que venceram e não podem ser utilizados para atendimentos”, frisa a maquiadora Pâmela Pizzetti.
“As pessoas reclamam muito de lockdown, porém nosso setor está em lockdown há mais de um ano e apenas nos cabe aceitar, pois nosso trabalho não é considerado essencial. A meu ver, essencial é tudo aquilo que põe comida na mesa”.
Pâmela Pizzetti
Maquiadora
Soluções em discussão
No início deste mês, dia 3, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 5638/20, que cria o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). De acordo com o PL, entre os benefícios está previsto o parcelamento de dívidas, concessão de crédito e redução de impostos para empresas do setor, além de prorrogar até 31 de dezembro deste ano o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), que oferece medidas para gerar e manter empregos. A proposta agora passará por votação no Senado.
Em Santa Catarina, dia 16, o então governador em exercício, Carlos Moisés, representantes da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), secretários e outras autoridades, discutiram em webconferência as possibilidades e dificuldades para auxiliar o setor de eventos. “Nós, como representantes e participantes da Abrape, entendemos que esse não deva ser o momento de retomada do setor de eventos, mas estamos brigando, tanto na esfera federal quanto na estadual, para que o setor seja visto pelas autoridades e tenha apoio e incentivo para que não quebre de vez”, afirma o promotor de eventos, Jabson Muller.
Segundo o Governo do Estado, o segmento conta com 3.951 empresas e 5.327 empregos diretos, conforme dados de 2019.
Colaboração: Janaína Teixeira