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Guaíba decreta emergência após estragos causados por tempestade

Temporal com vento destrutivo, que aconteceu na tarde dessa segunda-feira, dia 17, causou danos em diversos bairros da cidade

Uma tempestade severa atingiu o município de Guaíba, Região Metropolitana de Porto Alegre, em Rio Grande do Sul, por volta das 17 horas dessa segunda-feira, dia 17. O município decretou situação de emergência. O temporal com vento destrutivo causou danos em diversos bairros da cidade. A violência do vento chegou a provocar o tombamento de caminhões na BR-116 e estraçalhou vidros de casas e prédios pela cidade, além de ter causado um grande número de destelhamentos.

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O temporal que atingiu o município de Guaíba está, seguramente, entre os mais intensos que já atingiu a cidade. É um dos mais fortes temporais em anos na região metropolitana. As suas características são muito semelhantes à tempestade severa que atingiu a cidade de Porto Alegre em 29 de janeiro de 2016, causando estragos principalmente na área central da Capital, notadamente nos bairros Praia de Belas, Cidade Baixa e Menino Deus.

A Igreja Betel, na Rua Paulo de Souza Jardim, no bairro Santa Rita, sofreu diversos danos com a chuva e vento fortes. O mesmo aconteceu com o prédio da Escola Estadual de Ensino Fundamental Carmen Alice Laviaguerre, na Avenida Osvaldo Jardim, e em imóveis na Rua Vinte e Seis.

No evento de 2016, que se seguiu a uma tarde de muito calor, pontos mais ao Sul e Norte da cidade escaparam da ventania destrutiva. O mesmo ocorreu nessa segunda-feira em Guaíba. O temporal ocorreu em uma tarde em que a temperatura foi muito elevada. A temperatura máxima na região metropolitana chegou a 38,2ºC em Campo Bom. Porto Alegre, na outra margem do Lago Guaíba, teve máxima de 36,4ºC. O calor formou uma forte área de instabilidade na Região Carbonífera, a Oeste de Porto Alegre, que se deslocou para a região metropolitana e teve sua maior intensidade sobre o município de Guaíba.

A ferocidade do vento e a gravidade dos anos observados que chocam o observador, por óbvio, leva muitas pessoas a suspeitarem de tornado. A análise preliminar, com base nos dados disponíveis apenas duas horas depois do evento (avaliações de fenômenos severos de vento levam dias nos Estados Unidos), não sugerem que tenha sido um tornado a causa do vento destrutivo na cidade de Guaíba.

Tornado é um fenômeno que atravessa uma faixa limitada de terreno, deixando um rastro de destruição numa espécie de linha (irregular) por onde passa. Os danos observados na cidade de Guaíba ocorreram numa zona muito ampla em que os danos estão dispersos por muitos pontos. Os vídeos mostram vento destrutivo na horizontal e por um período prolongado e não de poucos segundos, como ocorreria em um tornado.

As evidências neste momento indicam que correntes violentas de vento descendentes, o que se denomina de micro-explosão (não é uma explosão propriamente dita) ou downburst em inglês, tenham ocorrido sob a célula de tempestade que afetou a localidade da Grande Porto Alegre. Células de tempestade muito intensas podem produzir múltiplos microbursts e às vezes podem ocorrer um tornado envolto em chuva acompanhando, apesar de por ora e numa análise muito preliminar não existirem evidências de que tenha havido um tornado.

Este tipo de fenômeno, downburst ou micro-explosão, é capaz de produzir vento tão forte quanto acima de 150 km/h, mas agora não há dados ainda suficientes de danos para estimar a velocidade do vento ocorrido na cidade de Guaíba que não possui estação meteorológica. O que é uma certeza é que o vento passou facilmente de 100 km/h. Tratou-se de evento isolado e estações próximas não registraram vento muito forte. Em Eldorado do Sul, por exemplo, registrou 40 km/h. Em Barra do Ribeiro, as duas estações da cidade indicaram 22 km/h e 31 km/h, respectivamente. Em Porto Alegre, as rajadas chegaram 63 km/h no Salgado Filho. No Jardim Botânico, também na Capital, 60 km/h. Em Canoas, na base aérea, 50 km/h.

Com informações: MetSul

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