Grupo de trilheiros da região explora os encantos do Rio Mampituba e dos paredões rochosos de Torres
Cerca de 40 pessoas caminharam por trilhas que atravessam os morros repletos de escadaria, paredões e furnas
As fortes chuvas que arrasaram o Rio Grande do Sul adiaram por mais de um mês o passeio do Grupo Movimento, em Torres.
No entanto, a manhã desse sábado, 24, contribuiu para que trilheiros de Siderópolis, Criciúma, Içara e Cocal do Sul realizassem o passeio reprogramado. No grupo de 42 pessoas, 15 nunca tinham visitado a cidade e a maioria não tinha percorrido as trilhas que atravessam os morros repletos de escadaria, paredões e furnas. “Eu já tenho 48 anos. Moro e trabalho no Rio Fiorita. Torres está tão perto, aproximadamente 100 quilômetros, é famosa pelos paredões rochosos na beira da praia. Gosto de conhecer lugares diferentes e mesmo assim, eu tive a primeira oportunidade de conhecer estas maravilhas da natureza”, comentou a organizadora do grupo, Josiane Carla Ronsoni.
O ponto de partida foi a entrada do Parque Estadual da Guarita. Elmer Venturini é um sideropolitano que mora na margem catarinense do Rio Mampituba, em Passo de Torres. Ele deixou de trabalhar na pescaria para acompanhar o grupo no percurso de aproximadamente sete quilômetros. “Caminhamos até a praia Guarita por dentro do parque, depois subimos e atravessamos o morro do paredão, descemos até a praia da Cal, passamos pelo oratório da Santinha que fica na encosta do morro do farol e caminhamos pela beira-mar até os molhes da barra. Finalizamos na ponte pênsil do Rio Mampituba para fazer um passeio de barco”, informou Venturini.
O Grupo Movimento é formado por mais de 180 membros e a organização tem como objetivo reunir pessoas que tem afinidade com trilhas e caminhadas. São momentos que vão além de conhecer um ponto turístico diferente. Servem para esquecer os problemas do dia a dia, aliviar as dores físicas e mentais, gerar empatias e construir ou fortalecer os laços de amizade. Denise Fabri Carminatti já tinha curtido as praias de Torres no verão na companhia do irmão. “A experiência de hoje foi diferente. Eu estava precisando muito sair um pouco. Perdi minha mãe há quatro meses para um câncer agressivo no estômago. Foi um período de muita luta. Esse dia recarregou minhas energias. Se eu puder, vou participar de muitas outras”, concluiu Denise.
No retorno, parte do grupo, visitou as furnas localizadas às margens da Rodovia BR-101, em Sombrio. Segundo moradores, as cavernas foram locais de moradia para indígenas e abrigo de tropeiros. A caverna maior impressiona pela quantidade de imagens de Nossa Senhora Aparecida dispostas lado a lado. Outras duas imagens que se destacam são as de Santo Antonio e São Jerônimo que no sincretismo religioso da umbanda corresponde ao orixá Xangô, símbolo da justiça.
Para saber mais sobre a história e organização deste grupo, assista o documentário Nas Trilhas com Grupo Movimento. Interessado podem entrar em contato com a organizadora, Josiani Carla Ronsoni, pelo celular Instagram (@gpmovimento).