Qual a origem da expressão “Tirar o pai da forca”?

Muitas expressões que falamos hoje nasceram séculos atrás, com outra forma e outro sentido. A tradição oral se apropria das palavras e seus sentidos e promove adaptações conforme o contexto histórico.

As expressões populares são criadas por meio do senso comum, da aplicação de conceitos religiosos, morais e filosóficos, do qual são utilizadas no nosso cotidiano, vencendo a barreira do tempo. São parte da cultura de um povo, uma comunidade. Além de uma forma de comunicação, também enriquecem a língua, pois as palavras unidas possuem significados distintos dos vocábulos isolados, como por exemplo, você já parou para pensar, qual a origem da expressão “Tirar o pai da forca”?

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A resposta está em alguns fragmentos de fatos com ares de lenda. Todo mundo sabe que a pessoa que vai tirar o pai da forca está apressada, já que essa expressão é usada para alguém que está com muita pressa. E não é por que estamos no mês desse santo, mas a origem está em Santo Antônio, isso mesmo, o casamenteiro.

Alusão a um milagre e ao desdobramento do fato ocorrido com Santo Antônio, um pregador e teólogo renomado, nascido em 1195, em Lisboa, com o nome de batismo de Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, é que nasceu o ditado. Filho de família nobre e rica, em 1224 foi para o convento de Arcella, em Pádua, Itália, onde viria a morrer em 1231. Foi lá que se deu o maior de seus milagres.

Cinco anos depois, durante uma pregação, ele teria visto seu pai prestes a ser executado em Lisboa. A história conta que Antônio fazia um sermão no convento de Arcella, quando foi sobrenaturalmente avisado de que seu pai tinha sido condenado e já estava a caminho da forca. Antônio então teria colocado a mão no rosto, transportando-se espiritualmente para Lisboa e defendido o pai no tribunal, conseguindo sua absolvição. Para quem ouvia o sermão, no convento, passou apenas um instante de silêncio em que o pregador parecia buscar palavras e ideias, para os fiéis em Pádua a impressão de que isso durou um ou dois segundos. Como poderiam imaginar que ele teria viajado cerca de 2 mil quilômetros para “tirar o pai da forca”. O curioso é que os presentes sequer poderiam desconfiar a manobra que Antônio acabara de fazer para salvar o pai.

Após ver seu pai inocentado, Santo Antônio subitamente volta para Pádua e recomeça sua pregação. Nesse ato, ocorrem dois fatos miraculosos em um só: esteve em dois lugares ao mesmo tempo e provou o poder de reanimar os mortos. 

Muito intrigante, porque tratar espiritualidade e teletransporte dentro de religiões mais tradicionais ainda hoje é um tabu, imagine na época. Mas, isso é uma outra história. O que se sabe é que este acontecimento acabou se popularizando como uma expressão que é dita para se referir quando alguém está com muita pressa, e perdura até os dias de hoje. 

Você sabia que essa expressão tem um cunho religioso? Agradeço imensamente pela leitura, me siga nas minhas redes sociais: 
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