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Grafite do boi de mamão passa a estampar parede de um dos blocos da Unesc

Traços são do artista Ricardo Bernardo, conhecido como Herok

Não é de hoje que a Unesc e a cultura do Boi de Mamão têm uma relação especial. Desde 2015 a Universidade trabalha com o projeto Boi de Mamão na Comunidade e leva as tradições desta cultura popular do Sul de Santa Catarina para mais e mais pessoas. Desde 2018 a Universidade é reconhecida pelo Ministério da Cultura como Ponto de Cultura do território brasileiro, justamente por conta da ação que leva essa expressão cultural à comunidade.

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Décadas antes da criação do projeto de extensão reconhecido nacionalmente, em 1980, a então Fundação Educacional de Criciúma (Fucri) já iniciava sua história com a preservação do enredo que envolve Maricota, Bernunça, Boi, Vaqueiro e outros personagens com o propósito de estudar a cultura regional e realizar apresentações com o Boi de Mamão.

O apreço pelo tema é tanto que a Instituição segue fortalecendo cada vez essa relação, que ganhou um reforço nesta semana. Por meio dos traços do artista Ricardo Bernardo, conhecido como Herok, o campus da Unesc agora conta com um grafite que representa esta cultura popular tradicional dos catarinenses.

A arte foi feita na parede do Bloco I, nas proximidades da Praça do Estudante, ponto central do campus. Ao longo de dois dias, Herok, que conta 15 anos de experiência na arte do grafite, abusou das cores e texturas para representar toda a alegria e história dos personagens. Para ele, que já estuda a cultura do folclore há algum tempo, é uma honra ter sua arte estampada na Universidade. “A intenção foi montar o meu Boi de Mamão, com meu estilo e meus traços, mas também com as características originais. É um marco poder contar uma expressão de arte de rua dentro de um local como a Universidade. Para quem faz essa arte é uma honra”, acrescenta Herok, que contou com a ajuda de dois colegas para dar vida ao painel, os artistas Cassia Catâneo e Éder Martins.

A Universidade e o artista já têm uma história de parcerias, já que Herok fez um dos seus grafites em projeto com o curso de Arquitetura e participou da recepção de calouros em fevereiro de 2020, que tinha como tema “Linguagens Urbanas” e teve a performance do artista fazendo um grafite ao longo do evento.

O projeto, intitulado como Boi de Pano, foi contemplado pelo Edital da Fundação Cultural de Criciúma n° 002/2020 – Edital de Projetos de Emergência Cultural Aldir Blanc. Para a coordenadora do Setor de Arte e Cultura da Unesc, Amalhene Baesso Reddig, a mesma honra citada por Ricardo é sentida pela Unesc que recebe sua obra. “O Herok é um grande artista. Nós somos muito gratos por ter procurado a Universidade para, em parceria, contar essa história pela linguagem do grafite. O Bloco I, onde foi feita a obra, é o espaço onde ficava a antiga biblioteca da Unesc, onde comecei meu trabalho na Instituição e pelo qual tenho muito carinho. Esperamos que seja um local muito visitado, fotografado e apreciado. Só podemos agradecer e parabenizá-lo pela sensibilidade nessa obra”, declara.

Incentivo à cultura do Boi de Mamão segue firme

As oficinas, encontros e apresentações do Ponto de Cultura foram pausadas devido à necessidade imposta pela pandemia, mas, afora os encontros presenciais, o trabalho para fortalecimento do projeto segue firme. Segundo Amalhene, a cultura pode ser eixo estratégico para o desenvolvimento local e regional, já que a partir dela é possível regar saberes e dialogar sobre práticas culturais que seguem vivas apesar do tempo. “A Universidade pode fortalecer o desenvolvimento cultural, uma vez que contamos, por exemplo, com oito projetos de extensão de Boi de Mamão e desta forma desejamos contribuir para que as escolas fiquem fortes desenvolvendo projetos que envolvam alunos, professores e a comunidade em torno desse tema”, acrescenta.

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