Fórum Internacional de Inovação Social é marcado por educação e empregabilidade
Realizado pela Abadeus, evento presencial e online reuniu cerca de 430 pessoas, na Acic
“Vivemos em um mundo de oportunidades para quem está incluído social e produtivamente, mas que se fecha para as pessoas que não têm as mesmas oportunidades e não conseguem acompanhar os avanços tecnológicos”. A afirmação da diretora-executiva da Abadeus Centro de Inovação Social, Shirlei Monteiro, convidou as cerca de 430 pessoas que prestigiaram o 2º Fórum Internacional de Inovação Social (FIIS), nessa quinta-feira, dia 25, na Associação Empresarial de Criciúma (Acic), a refletirem sobre a importância de humanizar a inovação.
O evento contou com o prestígio de autoridades políticas, empresariais, acadêmicas, comunitárias, membros do Judiciário, representantes de classe e também do ecossistema de inovação, regional e estadual. Uma ampla programação, segmentada em dois palcos, contemplou palestras, painéis, workshops, além de atividades culturais em quase 4h30min de conteúdos sobre Inovação Social.
Pioneira na implantação do primeiro Centro de Inovação Social (Cisa) de Santa Catarina, a Abadeus realiza o FIIS com o objetivo de mobilizar a sociedade a pensar e agir na construção de um mundo mais humanizado, inclusivo, de pleno acesso e qualidade de vida para todos.
“Precisamos conectar todas as pessoas, especialmente as que estão à margem da sociedade. A inovação precisa descer do topo para a base da pirâmide e estar acessível às classes C, D e E. Só teremos um país realmente desenvolvido quando democratizarmos esse acesso”, reiterou Shirlei.
Capitalismo Consciente
Fundador do movimento Capitalismo Consciente no Brasil, Peru e Colômbia, Thomas Eckschmidt foi o grande nome do evento. CEO da maior rede de consultores sobre a temática no mundo e autor do livro Capitalismo Consciente Guia Prático, publicado pela universidade americana de Harvard, o palestrante convidou os presentes a mudar a forma de ver e interagir com o mundo.
“Uma organização que tem clareza do seu propósito reconhece que só é possível alcançar o melhor resultado quando há cooperação e sinergia, dentro e fora dela. Achei muito interessante o fato de vocês, aqui na região, se reconhecerem como ecossistema. Há poder na interdependência, no compartilhamento e na conexão de ações e projetos em prol da coletividade”, pontuou.
Unesc é a mais nova mantenedora do Cisa Abadeus
O evento contou ainda com o painel “Diálogos sobre Inovação Social com atores do ecossistema de Inovação de SC”, com a participação do diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de SC (SCTI), Diogo Quintino; da reitora da Unesc e presidente da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe), Luciane Bisognin Ceretta; e do diretor de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Criciúma, Aldinei Potelecki.
Ao final da atividade, a reitora surpreendeu a todos, em especial à direção da Abadeus, com o anúncio de que a Unesc passa a ser uma instituição mantenedora do Cisa. O espaço já conta com o apoio do Sicredi Sul.
“Isto só é possível porque a Unesc é uma Universidade Comunitária que contribui com a sociedade e que identifica pontos de luz. E é isso que a Abadeus é: um ponto de luz importante e potente que impulsiona as pessoas. Com relação à inovação social, temos na Abadeus o nosso grande ponto de conexão. É com ela que aprendemos e é com ela que buscamos construir novas oportunidades”, enfatizou Luciane.
Cases internacionais
A apresentação dos cases internacionais também atraiu a atenção do público. Filipe Almeida, presidente da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social, cargo correspondente ao de Ministro de Estado no Brasil, trouxe detalhes sobre a Iniciativa Portugal Inovação Social, que mobiliza cerca de 150 milhões de euros do Fundo Social Europeu. A verba é utilizada para financiar projetos que propõem abordagens alternativas e inovadoras para responder a problemas sociais no país.
Já Luiz Miguel Jaramillo, presidente da Red Iberoamericana de Jóvenes Líderes, mostrou como Medellín, na Colômbia, deixou de ser uma das cidades mais violentas do mundo para virar cidade modelo. A transformou ocorreu após a implantação de um programa de urbanismo social e a utilização da tecnologia para melhorar a vida da população, a partir da década de 2000.
Reconhecimento estadual
O evento foi apresentado pelo Governo de Santa Catarina; Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc); Prefeitura de Criciúma; Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc); e Sebrae/SC.
O FIIS contou ainda com o patrocínio da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc); Imbralit; Canguru; Sicredi e Rio Deserto, além do apoio institucional da Acic; ABRH/SC; Rede Catarinense dos Centros de Inovação de SC; Centro de Inovação de Criciúma (CRIO); Núcleo Sul Catarinense do Terceiro Setor; e FIN Brasil.
“Aplaudo e fico entusiasmado com o trabalho de referência da Abadeus. Iniciativa que devemos contribuir e fortalecer cada vez mais, como Estado. Talvez até usar o exemplo e multiplicar a metodologia em outras regiões, o que me parece mais inteligente”, elogiou o presidente da Fapesc, Fábio Wagner Pinto.