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Fake News impactam na vacinação contra a Covid-19; saiba como se prevenir

As fake news tem contruibuído para frear a vacinação contra a Covid-19 especialmente em crianças em Criciúma e no Brasil; veja dicas de como evitar

Uma nova onda já tomou todo Brasil e vem infectando as pessoas. Em Criciúma não é diferente. As notícias falsas, ou fake news, tem tomado conta quando o assunto é vacinação contra a Covid-19.

“Os adultos até tem conseguido uma boa vacinação, o problema está nas crianças e a fake news certamente tem contribuído para o baixo índice de imunização”, comenta o pneumologista, Dr. Renato Matos. “A probabilidade de as crianças terem complicações devido à Covid-19 é imensamente maior que devido a vacina”, completa.

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Em Criciúma, por exemplo, segundo dados do Portal Minha Vacina da Prefeitura de Criciúma, 4.333 crianças já receberam a primeira dose do imunizante contra a Covid-19 desde o início da vacinação em 18 de janeiro. Sendo que o público-alvo, nesta faixa etária, é de 18.500 crianças.

“Entendo a preocupação dos pais, mas podem vacinar os filhos sem nenhuma preocupação. A vacina foi liberada pela Anvisa e a probabilidade de um efeito colateral é baixíssima. Tanto a Coronavac quando a Pfizer são extremamente seguras e já foram usadas em bilhões de crianças”, destaca o pneumologista.

Em um estudo publicado recentemente, segundo ele, foram analisadas 9 milhões de crianças que receberam a vacina contra a Covid-19. Destas, apenas oito crianças apresentaram efeitos colaterais e tiveram miocardite – inflamação no miocárdio.

“E todas foram quadros leves que se recuperaram sem complicação apenas com medicação. A miocardite quando ocorre devido a Covid, em crianças e adolescentes, é bem pior. Não existe razão objetiva para não vacinar crianças”, assegura Matos.

Para o pneumologista, as fake news estão contribuindo, inclusive, para a morte de pessoas que se negam a se vacinar.

“Não consigo imaginar perder um filho, neto por Covid-19 em função de uma fake news. Estamos vendo isso, inclusive em adultos. Existem pessoas que acham que tomando ivermectina não precisa de vacina”, diz Matos. “Um médico espanhol era líder do movimento anti-vacina até que recebeu a ligação de uma mãe falando que o filho dela de 20 anos havia morrido de Covid-19 e não havia se vacinado porque era fã dele. Tinha vários vídeos dele no celular. Então ele percebeu o que estava fazendo e hoje ele defende a vacinação”, exemplifica.

 

Impacto em outras vacinas

Além da Covid-19, o medo é que o crescimento das fake news propagadas por grupos anti-vacina afete a vacinação de diversas outras doenças. Doenças que foram erradicadas através da vacina.

“Esse movimento pode impactar outras vacinas como do sarampo, poliomielite e fazer voltar essas doenças que já não estão mais presentes na nossa sociedade. As pessoas que falam e postam essas informações têm que ser cobradas”, opina o infectologista.

 

Fake news é crime

De acordo com a mestre em Direito e Professora de Direito Internacional na Unesc, Mariana Carlessi, criar ou espalhar notícias falsas é crime.

“No caso da vacinação contra a Covid-19, uma fake news pode lançar questionamentos sobre o direito de liberdade de expressão, direito à informação, mas também ao direito à saúde”, explica.

Por isso, quem criou ou espalhou essas notícias pode ser responsabilizado.

“Tanto aquele que criou uma fake news como aquele que divulgou, podem ser obrigados a reparar, financeiramente, os prejuízos causados à saúde de um indivíduo ou de uma coletividade, além, claro, das imputações criminais descritas no Código Penal”, destaca a professora.

Dicas para evitar cair em Fake News

Mariana destaca que quase 54% da população mundial tem acesso à internet, segundo dados publicados pela ONU. No Brasil, quase 90% dos lares possuem internet (dados do Ministério da Comunicação).

“É aí é que se vê a extensão de um dano causado à população quando uma notícia falsa é publicada”, completa.

Por isso ela deixou algumas dicas para que você não caia em fake news:

 

  • Verifique a fonte da informação, se são confiáveis.
  • Existem sites que checam a veracidade da informação.
  • Observe se a data da notícia é atual para não acreditar em dados antigos.
  • Confira se a notícia saiu em outros portais de comunicação. 
  • Leia a matéria inteira, não apenas o seu título.

“Essas são algumas dicas que podem ajudar a evitar que você caia em fake News!”, finaliza Mariana.

 

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