“Todo impulso visual gera impacto físico e biológico em nós.” O que vemos provoca em nós reações, sejam positivas ou negativas, mas sempre haverá uma resposta ao que é captado pelo olhar.
As percepções visuais são diferentes para cada um de nós, uma vez que temos referências pessoais, que podem até serem similares, porém nunca serão iguais.
No entanto, tecemos afinidades (e muitas) ao longo do tempo, que podem ser: por partilharmos convicções políticas semelhantes, por fazermos parte da mesma “tribo” (musical, lifestyle, atividade física, etc), por defendermos a mesma bandeira e causas sociais, há inúmeras formas de expressar afinidade. O importante é entender que, para demonstrar interesse e disponibilidade para dialogar, é fundamental falar uma linguagem semelhante.
A linguagem que a roupa fala é a primeira a desencadear reações. Não há como barrar esta primeira impressão, ela irá acontecer.
Usar o vestuário como um instrumento de comunicação é a forma mais eficiente de traduzir nossa identidade e expressá-la em público.
Nossa identidade, vista sob o olhar do outro, provoca conexão. Eis a possibilidade de construir uma relação, de ver um pouco de si no outro.
O político busca provocar esta identificação naquele que o vê (segue). No entanto, fazer esta conexão sem valorizar seu código visual, sua forma de vestir-se, é deixar de usar um poderoso meio de comunicação.
Comunicar o estilo pessoal como forma de linguagem sempre trará resultados, pois nunca ficará sem significado.
O modo de se vestir permite estabelecer uma ligação com o público que se deseja atingir. Vestir-se é representar a realidade para espalhar a sua mensagem.
Aline Savi é advogada, consultora de imagem, especialista em imagem pública, personal stylist, consultora de etiqueta e pós-graduada em marketing político e comunicação eleitoral. Nesta coluna semanal fala sobre imagem e comunicação política.