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Espumante do Sul: O rei dos vinhos

Tradição e paixão em busca do melhor sabor

Apreciado em todo o mundo, o espumante ganha ainda mais destaque durante as festas de fim de ano. Reconhecido como a bebida das comemorações, ele também é chamado de “O rei dos vinhos”. E esse nome é dado pois todo espumante é um vinho que passou por mais um processo de fermentação durante a produção. Mais do que uma tradição de réveillon, o espumante se popularizou na Europa, quando os mais ricos exigiam a presença da bebida sempre que celebravam alguma conquista.

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Gesto que é repetido até os dias de hoje em muitas celebrações. O empresário Tiago Stangerlin é um apreciador e sempre que tem um motivo para comemorar, faz um brinde com espumante. “Tem para mim um significado muito especial, sempre que bato uma meta eu abro uma garrafa para comemorar”, afirmou.

Consumidor da bebida há mais de 17 anos, Stangerlin revela que já tomou mais de 5 mil garrafas e guarda todas as rolhas em um móvel produzido especialmente para guardar essas recordações. “Eu tenho muitas memórias, uma delas é tomando um espumante em uma praia do Rio de Janeiro, junto com meu pai. Foi um momento muito especial ao lado dele, que hoje já não está mais entre nós”, revelou.

De geração em geração:

Foto: Deivid Morona

Uma bebida milenar que une gerações. Assim também é na família Damian. O produtor de vinhos e espumantes, Matheus Damian, segue os passos do pai e do avô que também produziam a bebida. “Eu me sinto muito realizado em ser a terceira geração da família na tradição dos vinhos e espumantes, não é só uma produção, envolve todo um conhecimento técnico e de paladar”, explica.

Tradição iniciada em 1975 com o avô, Hedi Damian, que depois de 15 anos pesquisando sobre a uva Goethe, resolveu plantar um vinhedo. Ainda que a mineração fosse a potência econômica da época, a paixão pelos vinhos falou mais alto e três anos depois a primeira safra foi comercializada.

Com os anos, a produção ganhou processos mais modernos. O espumante que era produzido atrás de casa, com um sabor mais colonial, passou a ser produzido em um pavilhão próprio e agora com técnicas específicas para a produção dos mais variados produtos.

Em busca de especialização, Matheus foi para o exterior estudar enologia e hoje é ele quem gerencia a Vinícola Casa del Nonno, responsável por elaborar o primeiro espumante a base de uva Goethe. Dedicação que enche o pai, Renato Damian, de orgulho.

“Apesar da minha formação não ser específica no vinho, eu também fui me especializar, e hoje ver o meu filho dedicado dessa forma, é uma satisfação”, declarou.

A vinícola fica em Urussanga, cidade que representa grande parte do território dos Vales da uvas Goethe. Por ter uma variação de temperaturas entre -4°C a 40°C, os tanques de armazenamento para a primeira fermentação são feitos de tijolo maciço, além disso a vinícola foi construída abaixo do nível do solo, tudo para garantir a temperatura ideal para a produção dos espumantes e vinhos. Nenhum produto é utilizado para acelerar o processo de maturação das uvas, a colheita é feita somente quando a uva naturalmente atinge o ponto ideal para as produções. Os parreirais possuem mais de 40 anos.

Hoje o processo de produção mais utilizado é feito com o método francês chamado Champenoise, onde é realizada a fermentação natural dentro das próprias garrafas. Uma forma de produção criada há muitos anos, com várias etapas que são mantidas quase inalteradas até hoje.

De acordo com dados da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), o consumo de espumantes em 2021 teve uma alta de 10% em relação ao ano anterior. Segundo a sommelier de vinhos Gle Mercy, ele é uma excelente escolha para a harmonização da mesa brasileira. “Nós temos o costume de ter uma variedade grande de comida na mesa e para harmonizar com toda essa variedade precisaríamos de várias garrafas de vinho, já o espumante se sai muito bem”, afirmou.

1 – Espumante brut: É bastante versátil e pode combinar com pratos que vão desde salada, até carnes vermelhas mais leves;

2 – Espumante extra brut: É ainda mais seco, vai bem com pratos ácidos ou gordurosos, como saladas, lagostas, ostras, ceviches e massas com molho branco;

3 – Espumante sec: É excelente para começar a noite e acompanhar petiscos e aperitivos;

4 – Espumante demi-sec: Vai bem tanto com frutos do mar, como com sobremesas, por serem levemente adocicados;

5 – Espumante Moscatel: Ideal para acompanhar frutas, fondues doces, chocolates, panetones e outras variações de sobremesas e pratos doces.

Uma das responsáveis pelo sucesso do espumante é a perlage, que são as bolhas que surgem no processo de fermentação. Elas têm uma importância que vai além da beleza. De acordo com a sommelier, são elas que ajudam a limpar o paladar, e por isso os espumantes harmonizam tão bem com uma variedade de alimentos.

Vinho frisante em lata

Há pouco mais de um ano, a Vinícola Casa Dell Nonno inovou em criar um vinho frisante, muito parecido com a experiência do espumante só que ao invés da tradicional garrafa com rolha, a embalagem ganhou uma nova roupagem mais descontraída na versão lata. “Nossa ideia sempre foi descomplicar o vinho, trazer ele para todas as mesas e porque não também poder facilitar a bebida em um pub, ou então possibilitar que ele possa ser levada em um cooler como qualquer outra bebida, nesse sentido a lata se tornou ideal”, afirmou Matheus Damian. A lata mede pouco mais de 15 centímetros e é fácil de ser transportada.

Seja para brindar um motivo especial, para harmonizar com o seu jantar ou até para manter vivos os laços afetivos, o rei dos vinhos é sempre uma boa pedida!

 

Reportagem: Deivid Morona 

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