Nas últimas semanas, relatos sobre golpes com PIX ganharam as manchetes. Em Luziânia, cidade goiana no entorno do Distrito Federal, uma funcionária pública viu o saldo da conta corrente cair de R$ 65 mil para R$ 0,58 de uma hora pra outra e contou mais de 10 transferências via PIX para pessoas que ela não conhece.
Em Rio Verde, também em Goiás, um empresário perdeu mais de 22 mil reais. Os golpistas entraram na conta, fizeram um empréstimo e transferiram tudo para outra conta com o PIX.
Os golpes estão sendo investigados pela Polícia Civil de Goiás e são dois exemplos de uma verdadeira epidemia instalada no país em que criminosos estão aproveitando o crescimento das transações digitais.
O PIX é uma chave usada para receber pagamentos. Ele pode ser o número do telefone, o CPF, o e-mail ou uma expressão aleatória. Mas essa chave não autoriza o envio de recursos.
Na verdade os golpes começam bem antes, com ações como a clonagem do Whatsapp, envio de aplicativos fraudulentos para acessar computadores e celulares, e golpes da chamada engenharia social do Whatsapp, em que a pessoa usa informações que encontra da vítima nas redes sociais para se passar por ela seja para pedir dinheiro ou para a acessar a conta bancária.
Rafael Zanatta, diretor da Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa começou a mapear essas novas modalidades de golpes nos últimos 4 meses e percebeu que a agilidade do PIX virou um atrativo para os golpistas, mas falta desenvolver mecanismos que garantam segurança para a operação, como os botões de pânico que os caixas de banco tem nas agências físicas
A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) recomenda que a pessoa procure seu banco assim que perceber qualquer movimentação estranha na conta. Bruno Fonseca, membro do Comitê Executivo de Prevenção a Fraudes da Federação diz que esse contato é importante para interromper a fraude, mas não garante que o cliente vai ter o dinheiro ressarcido.
Entre em nosso grupo e receba as notícias no seu celular. Clique aqui.
Rafael Zanatta lembra que a vulnerabilidade é maior entre as pessoas que não conseguem perceber o golpe. Isso significa que pessoas com menor escolaridade ou idosos são as principais vítimas. Ele acredita que tanto as instituições financeiras, quanto o Banco Central precisam encontrar um solução para o problema.
Em nota, o Banco Central também orienta as vítimas a registrarem um boletim de ocorrência. E se a pessoa tiver dificuldades com o banco em que tem conta, deve procurar o Procon. O Banco Central tem a responsabilidade de fiscalizar as instituições financeiras, mas afirma que não resolve problemas individuais.