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“Elas são a minha vida, a minha paixão”, diz pai de quadrigêmeas

O Dia dos Pais deste ano será ainda mais marcante, para Claudio Roberto Garcia, 54 anos, já que viu a paternidade se tornar mais importante ainda ao ficar responsável pela criação das quatro filhas

Coloca a Hanna aqui, arruma a Rebecca ali, deixa a Haaby de ladinho, ih, acho que a Maressa vai chorar. Antes de iniciar a entrevista com o policial aposentado, Claudio Roberto Garcia, 54 anos, pai das quadrigêmeas, de oito meses, houve toda uma preparação para deixar as pequenas confortáveis no sofá. “Elas são minhas alegrias, a alegria da casa, minha felicidade. Meu ponto de vida teve início com o nascimento delas. Todo dia acontece alguma coisa nova aqui em casa”, diz emocionado contemplando as pequenas. E ele ainda garante que não confunde as meninas. “Reconheço cada uma delas”, diz sorridente.

Para ele, o Dia dos Pais deste ano será ainda mais marcante, já que viu a paternidade se tornar mais importante ainda ao ficar responsável pela criação das quatro filhas recém-nascidas, com a morte da esposa após o parto. Rosineia Tomaz Garcia, 37 anos, morreu no ano passado, desde então, Claudio se divide entre a dor da saudade da companheira e o desafio de cuidar das filhas. Ele já tem um filho de outra relação de 33 anos.

As quatro nasceram de 29 semanas e ficaram três meses na UTI Neonatal do Hospital Unimed de Criciúma, Claudio conta que ele e a esposa sabiam que era uma gestação de risco, mas revela que não esperava que isso fosse acontecer. “Tudo mudou. Está sendo uma luta. Ainda não me recuperei”, fala chorando.

Ele conta que logo que soube da notícia da morte de Rosineia se questionou. “- Nossa, o que vou fazer¿”, recorda e confessa que foi difícil, principalmente ao escutar comentários maldosos de pessoas falando ele colocaria as crianças para adoção.” Isso me deixou mais triste ainda”, fala emocionado.

Mas segundo ele, tudo isso lhe deu ainda mais forças para cuidar das quadrigêmeas. “Cada uma que saia da UTI eu já estava no quarto para receber, pois tinha que aprender a dar mamadeira, trocar de fraldas, de roupinha e foi com a Maressa, primeira a chegar que fui aprendendo”, fala ele sorridente olhando para a filha.

Rede de apoio

Em casa, Claudio conseguiu montar uma rede de apoio que conta com o auxílio de uma tia e duas babás. “São as pessoas certas que encontrei para cuidar das minhas filhas. Minha tia veio uma semana somente para dar uma olhada e está até hoje. Ela é um anjo em minha vida e das minhas filhas”, ressalta.

A tia, Romilda Luz de Souza conta que muitas vezes vê o sobrinho chorando. “Ele é um pai exemplar, faz tudo para as filhas. Acompanhamos a luta, o sofrimento. Tudo o que ele faz é por elas”, afirma.

Investimento mensal de R$6 mil nos cuidados com as filhas

Ele precisou mudar de casa para oferecer mais conforto para as meninas e revela que sempre contou com a colaboração de muitas pessoas, algumas segundo ele, desconhecidas. “Ganhamos fraldas, leite, roupinhas de gente que se solidarizou com nossa história, pois tudo parece ser muito bonito, só que as coisas não assim tão fáceis quanto parece”, revela.

Para manter as quadrigêmeas, por dia são de 10 a 15 fraldas por criança e uma lata de fórmula num investimento mensal em torno R$6 mil/mês. “Sempre vou precisar de ajuda, são pessoas anônimas que hoje são meus amigos. Muitos apareceram sem me conhecer. Como forma de agradecimento a maioria são madrinhas e padrinhos delas”, fala satisfeito.

E são essas madrinhas e padrinhos que aos finais de semana levam as afilhadas para passear até mesmo para o pai poder aliviar a cabeça. Claudio faz tratamento psicológico para poder estar equilibrado junto as filhas. “Não tive o tempo de luto, tem muita coisa que ainda não consigo colocar na cabeça, e por muitas vezes nem tento. Algumas feridas ainda vão demorar a cicatrizar”, lamenta.

E o pai babão já sonha com o primeiro aninho das pequenas e informa que elas serão apresentadas em novembro, na Igreja Luterana Renovada, onde ele congrega. “Já estou planejando e pretendo levá-las de farda da Polícia Militar. Este foi um dos últimos pedidos da mãe delas, agora estou em busca de onde encontrar ou de alguém que faça”, finaliza.

Acompanhe um pouco mais da história no vídeo:

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