Quanto mais eu lido com pessoas, mais me certifico de como somos talentosos e, imperfeitos. E ser imperfeito não é algo ruim não, significa que sempre teremos potencial para desenvolvermos. No ambiente empresarial ou familiar, vivenciamos relações que muitas vezes se tornam nocivas por um aspecto que precisamos desenvolver, porém, nem sempre nos damos conta, nosso ego. Quando você lê a palavra ego, imagino que o quê vem em sua mente é a imagem de alguém presunçoso e arrogante. Esse é o conceito definido pelo senso comum. Logo, quando falarmos em ego, estaremos retratando exatamente essa realidade e não o conceito de estrutura psíquica conforme a ciência psicológica.
Uma das situações que mais retrata nossa arrogância, principalmente no trabalho, é nosso ego representado pelo nosso cargo, nosso poder. Você já passou por situações em que alguém lhe disse: “Você sabe com quem está falando?” ou, quando participo de movimentos e percebo privilégios para alguns membros que trazem junto do seu nome, um sobrenome corporativo “de peso”, nestas horas sempre me questiono: será que essa pessoa seria tratada assim se não fosse o fulano da empresa tal? Logo, percebam que é um ciclo vicioso, do profissional egóico e do meio em que se insere, que alimenta esse comportamento. Outra situação comum, você recebe um feedback em um processo seletivo no qual você não foi o escolhido. Então, você pensa: “Como não fui eu o escolhido?” ou, “Logo eu, que tenho todos os requisitos da vaga, acredito que esse processo já tenha cartas marcadas”. Outro exemplo, é quando você executa um trabalho e recebe um feedback sobre pontos a melhorar e interpreta como algo que não faz sentido para você. Lembrou de alguém? Esses exemplos deixam claro como o ego pode nos deixar cegos em relação a comportamentos que nos prejudicam e nos distanciam de estabelecer um olhar real para nossos potenciais e interferências.
Qual o impacto de um ego inflado? O primeiro ponto é o distanciamento de nossa própria essência e de pessoas, por vezes próximas. Em tempos em que segurança psicológica é um diferencial competitivo para inovação, se aproximar das pessoas e ter humildade situacional se torna um diferencial para profissionais que preferem ser eco dentro das empresas, ao invés de alimentarem seu próprio ego, uma verdadeira armadilha.
A minimização de comportamentos egóicos e aumento de uma liderança que reverbera questões humanas que impactam positivamente, passa pela autogestão e autoconhecimento, parece clichê, mas de fato, são o caminho seguro para mudanças comportamentais significativas. Então, se você se identificou com algumas destas situações, não se envergonhe, afinal, somos todos talentosos, porém, imperfeitos, o que significa que não precisamos nos acomodar com o que nos incomoda. Menos ego e mais eco!”