Recentemente, vivi uma experiência nada agradável, fechar um negócio. Para muitos, e principalmente, os que não conhecem o real motivo, fica a sensação de “nossa, não deu deu certo” ou aquele “que pena”, dito como se estivesse pensando “deu errado”, será?? Viver a experiência de tomar uma decisão difícil, enfrentar com coragem os medos internos somados aos julgamentos externos é, de fato, algo que me torna ainda mais forte. Mas o convite não é necessariamente sobre as experiências desafiadoras da vida, é sobre quem você é enquanto elas se fazem presentes. E principalmente, para quem você dará ouvidos.
É fato que ter inúmeros papéis é no mínimo fazer malabarismo para que nenhum prato caia, empresas envolvem atenção, energia, presença e principalmente, precisa fazer sentido para quem decide administrá-la. Eis o primeiro grande ponto, ninguém vai entender suas decisões, pois ninguém sabe de seus propósitos e emoções e, por esta razão, você não deve ouvir muita gente enquanto toma decisões importantes. Lembro -me de uma certa vez em que uma pessoa deu sua opinião – sem ser solicitada – sobre gestão e pasmem, essa mesma pessoa não conseguia honrar seus compromissos financeiros básicos. Resolver o problema alheio sempre é mais fácil para quem não tem a coragem e a ousadia, e às vezes competência, de resolver o seu próprio dilema. O aprendizado aqui é: quanto menos ouvir opiniões de quem não não fez minimamente algo semelhante ao que está vivendo, talvez você corra um grande risco de se distrair e se impactar emocionalmente pelas percepções dos outros. Isso mesmo, percepções, pois quem não viveu não tem dados, apenas observações próprias. Cuidado!
Enquanto muitos vão julgar suas decisões, importante concentrar-se no que faz sentido para você, citei o meu exemplo sobre o fechamento de uma empresa. Eu tenho duas, ou melhor, tinha. Para os de pensamento mais superficial, encerrar significa insucesso financeiro, isso seria o óbvio! O que não aprofundam é que, por trás da decisão, existe o tomador dela, alguém que tem a coragem de descobrir o que existe do outro lado do medo, de desapegar de negócios que não trazem felicidade e muito menos alimentam propósito. Negócios vêm e vão, apego e amor precisamos ter por pessoas, e isso inclui o amor próprio. Com negócios, precisamos absorver os melhores aprendizados, afinal é isso que fica.
Entendo que o tema é muito importante, pois existe uma legião de adultos frustrados que não conseguem sair de negócios e/ou relações falidas por conta do receio do julgamento externo e do próprio terrorismo psicológico que fazem consigo, se limitando à uma situação específica. Que você tenha a ousadia de fazer o que faz sentido para você, mesmo que ninguém entenda, mesmo que critiquem, mesmo que os “engenheiros de obra pronta” tenham a solução Eureka que você não conseguiu. Siga, apenas siga, é o seu caminho, a sua escolha, a sua vida e a sua saúde mental. Escolha bem com quem irá dividir de fato as tuas escolhas, que seja com pessoas que colocam asas nos teus sonhos, que te dão colo em dias difíceis e para quem você possa ser vulnerável sem ser julgado.
Existem negócios que lhe trarão dinheiro, mas não a paz. Existem negócios que lhe trarão paz, mas não dinheiro. Existem negócios que trazem ou tiram os dois e todos eles têm algo em comum: você só vai descobrir se tiver a coragem de fazer. Que você tenha coragem hoje para descobrir o que há do outro lado do medo. Pense nisso!