Dia Mundial da Amamentação; médicas falam da importância do aleitamento
O leite materno, segundo os especialistas, é o melhor alimento nos primeiros meses de vida do bebê
Nesta segunda-feira, dia 1° de agosto, é comemorado o Dia Mundial da Amamentação. Agosto, é o mês do incentivo à amamentação. O leite materno, segundo os especialistas, é o melhor alimento nos primeiros meses de vida do bebê, e a recomendação é que a amamentação seja feita até os dois anos ou mais, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida.
De acordo com a matéria publicada no site da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a Dra. Silva Regina Piza, presidente da Comissão Nacional Especializada em Aleitamento Materno da Febrasgo, alerta: “O aleitamento materno é a principal arma no combate à desnutrição e mortalidade infantil, é rico em imunoglobulinas, anticorpos e várias proteínas, lípides e carboidratos adequados para nutrição do recém-nascido. Assim, previne contra as principais doenças do recém-nascido e da infância”, destaca a obstetra.
Importância da amamentação
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a amamentação é a principal forma de fornecer ao bebê os nutrientes necessários para sua sobrevivência e seu desenvolvimento. Nos primeiros seis meses de vida, deve ocorrer o aleitamento materno exclusivo, sem a complementação com nenhum alimento, após o período de seis meses, outras substâncias podem ser oferecidas à criança. Vale salientar que vários estudos sugerem que crianças devem ser alimentadas com leite até, pelo menos, os dois ou três anos de idade.
Apesar de muitas pessoas afirmarem que o leite de uma pessoa pode ser fraco, esse fato não é realidade. Todas as mulheres apresentam leite capaz de nutrir e proteger sua criança, portanto, não é necessário adicionar nenhum produto à alimentação no início da vida de um bebê. Vale destacar ainda que, o leite da mãe já está na temperatura ideal para a criança, não necessita de esterilização e pode ser usado sem medo.
A ginecologista e obstetra, Gabriela Bicca Thieli Loch, explica que no leite materno, a criança encontra não só as substâncias necessárias para a sua nutrição, mas também anticorpos fundamentais para a proteger no início da vida. Estudos comprovam que a mortalidade por doenças infecciosas é menor em crianças que são amamentadas. O leite materno também garante proteção contra infecções respiratórias, evita casos de diarreia e o seu agravamento, além de diminuir os riscos de alergia.
No que diz respeito aos benefícios a médio e longo prazo, os médicos ressaltam, que a amamentação faz com que as crianças apresentem pressões arteriais mais baixas, menores níveis de colesterol e uma redução do risco de desenvolver obesidade e diabetes tipo 2. Nesse último caso, podemos destacar o fato de que a mulher que amamenta também apresenta esse risco reduzido.
Assista ao vídeo e saiba mais sobre a importância do aleitamento materno:
Semana Mundial do Aleitamento Materno
A semana de 01 a 07 de Agosto foi instituída internacionalmente como a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) com o intuito de promover e estimular a amamentação, e melhorar a saúde de crianças ao redor do mundo.
Este ano, celebra-se a 31ª SMAM com o lema: “Fortalecer a amamentação: Educando e Apoiando” destina-se a governos, sistemas de saúde, locais de trabalho e comunidades e tem como objectivos:
- Informar a cada pessoa sobre o seu papel na amamentação;
- Estimular acções para fortalecer a capacidade dos profissionais;
- Ancorar a amamentação como parte da segurança alimentar e nutricional e redução das desigualdades;
- Engajar indivíduos e organizações ao longo da cadeia de apoio para amamentação.
Este tema foca a atenção e o papel que todos devem desempenhar no apoio ao aleitamento materno a todos os níveis. Juntos, precisamos de informar, educar e fortalecer a nossa capacidade de criar e sustentar ambientes favoráveis à amamentação para as famílias.
A melhoria das taxas e práticas de aleitamento materno requer acção por parte de múltiplos actores, incluindo o governo, as unidades sanitárias, os profissionais de saúde, as empresas, Sociedade Civil e a comunidade.
O aleitamento materno é fundamental para a implementação efetiva de estratégias de desenvolvimento sustentável, especialmente em um mundo pós-pandemia, pois melhora a nutrição, garante a segurança alimentar e reduz as desigualdades entre e dentro dos países.
A pandemia COVID-19 mudou significativamente a forma como o apoio à amamentação é prestado. Muitas mães tiveram receio de amamentar seus bebés por medo de infectá-los. Por outro lado, as regras de distanciamento físico significaram menos contatos para alguns pais, resultando em menos conhecimento e menos oportunidades para aconselhamento em amamentação. Alguns países implementaram políticas não baseadas em evidências, como separar bebés de suas mães e desencorajaram a amamentação na suspeita de COVID-19.