Dia Internacional do Câncer Infantil alerta para o diagnóstico precoce
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cada ano, cerca de 12 mil novos casos de câncer infantil são diagnosticados no Brasil
Coração de mãe não se engana. Essa é uma das frases mais usadas por Joana dos Santos Botelho, mãe da alegre Maria Eduarda Botelho Fidelis. Aos dois anos de idade a menina foi diagnosticada com um câncer maligno e raro no rim, foi aí que tudo mudou.
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Duda havia iniciado na escola e começou a ficar doente com mais frequência. No final do ano passado, ela acordou em uma manhã passando mal e, no dia seguinte, Joana sentiu uma “bola” ao passar a mão na barriga da filha. Preocupada com a situação, a mãe resolveu levar a menina ao médico. Foram muitas consultas com diversos profissionais e possíveis causas para os sintomas. A busca ao diagnóstico correto pareceu uma eternidade. “Eu já estava desesperada pois sabia que tinha algo de estranho na minha filha. Resolvi ir em uma consulta particular e questionei a médica ‘posso te pedir um pedido de mãe? Solicita um ultrassom?’ Meu coração estava sentido algo de errado”, explicou.
Com a solicitação em mãos, Joana levou a filha no dia seguinte para fazer o exame e levou um susto ao ver o resultado. “Quando eu peguei o laudo dizia que havia algo de 7cm de tamanho. Se eu demorasse mais, talvez eu não conseguiria ter salvo a minha filha”, conta.
Cinco dias após os primeiros sintomas, Maria Eduarda já estava no setor de oncologia sendo atendida por especialistas. Os médicos descobriram que se tratava de Tumor de Wilms e havia atingido somente um dos rins. No dia 17 de dezembro, Duda passou por uma cirurgia para a retirada do tumor. “Eu queria ver o tumor e pedi uma foto para o médico. Quando ele me mandou eu fiquei surpresa, pois o tumor tinha um formato de coração e havia abraçado um dos rins dela”, relembra Joana emocionada.
Após a cirurgia, as sessões de quimioterapia continuaram. A última foi realizada no dia 21 de janeiro e, para enfrentar mais essa etapa, Maria Eduarda foi vestida de Mulher Maravilha. “Foi uma alegria. Fizemos uma carreata pela cidade inteira. Hoje ela já está melhor que eu e comendo de tudo”, completou a mãe.
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Agora a Duda ficará cinco anos em monitoramento mensal com os médicos, já que existe a possibilidade de o câncer voltar em outros órgãos. “Vamos continuar com todos os cuidados necessários para evitar qualquer tipo de surpresa”, disse Joana.
Diagnóstico precoce
A campanha do Dia Internacional do Câncer Infantil reforça as ações de conscientização sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura e o bem-estar dos pacientes. A data é lembrada nesta terça-feira, dia 15.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cada ano, cerca de 12 mil novos casos de câncer infantil são diagnosticados no Brasil, sendo a maioria dos pacientes são crianças de quatro a cinco anos de idade.
Segundo o oncologista, Dr. Diego Greatti, os tipos mais comuns de câncer em crianças, são: mais comuns são a leucemia, os tumores do sistema nervoso central, linfomas e tumores sólidos como o neuroblastoma, sarcomas e o tumor de Wilms. “Se por um lado o câncer em adultos está ligado ao envelhecimento, o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, entre outros fatores que contribuem para a proliferação da doença, o câncer na infância não tem relação com fatores ambientais e de estilo de vida. Por esse motivo, é muito importante o diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento”, salientou.
Fique atento aos sinais!
O diagnóstico precoce para o tratamento do câncer é importante para aumentar a chance de cura do paciente. Em crianças e adolescentes, esse fator dobra de relevância já que os tumores costumam crescer rapidamente devido às mutações celulares. Por isso, os responsáveis devem ficar atentos a alguns sintomas:
– Perda de peso contínua incomum
– Dores de cabeça na parte da manhã, que pode ser acompanhado de vômito
– Inchaço ou dor persistente nos ossos ou articulações
– Protuberância ou massa no corpo
– Aparência esbranquiçada na pupila do olho ou mudanças na visão
– Febres recorrentes sem causa aparente
– Hematomas e sangramentos frequentes
– Cansaço prolongado
Casa Guido
Com um trabalho amplo, a Casa Guido presta assistência à crianças e adolescentes com câncer de todos os 45 municípios da Região Sul do estado. No momento, são 75 pacientes assistidos pela instituição.
Conforme a responsável por projetos e comunicação da Casa Guido, Viviane Hofman Garcia, são oferecidos auxílio para exames, consultas, cirurgias, medicamentos, além de outros serviços. “Temos um atendimento bem amplo. Além do auxílio ao paciente, prestamos apoio as famílias com cestas básicas, fraldas, roupa e material escolar. Os atendimentos com psicólogas, advogados e assistentes sociais também são feitos dentro da casa para levar as famílias o melhor possível”, destacou.
Uma das bandeiras recente da Casa Guido é a importância do diagnostico precoce. “Tivemos vários casos de crianças com diagnostico tardio e isso acendeu um alerta. Então estamos realizando campanhas para conscientizar a população sobre o assunto. Nossa preocupação é que quem tem o convívio com essas crianças olhem e tentem perceber algo a mais. Não queremos deixar a sociedade alarmada, mas precisamos ficar atentos”, explicou Viviane.
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