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No Dia do Café, pergunta que não quer calar: faz bem ou mal para saúde?

Endrocrinologista explica quantidade que se pode ingerir e quem não deve consumir da bebida

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o país é o segundo consumidor global de café. No ano passado, foram consumidas 21,5 milhões de sacas de 60kg e a Região sul aparece na terceira colocação, com 17% de todo o consumo.

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A empresária Patrícia Conti, faz parte destes consumidores natos de cafés. Na rotina diária de trabalho, que é muito agitada, com muitas reuniões e viagens não dispensa um cafezinho. Segundo ela, não passa sem e são várias xícaras por dia.

“O café me faz muito bem, me deixa mais disposta para o dia, sem contar que essa é uma bebida que aprecio muito e gosto de experimentar. Sei que meu consumo é maior do que o recomendado, mas tento observar o meu limite e sei quando não devo beber café, como a noite”, conta a empresária.

Moderação, é a recomendação dos médicos, pois como para qualquer alimento ou medicamento, a diferença está na quantidade ingerida. Recomenda-se a ingestão de no máximo três a quatro xicaras de café por dia, sendo café torrado e moído (coado ou filtrado). O café expresso tem maior quantidade de cafeína por ser mais concentrado, assim, a quantidade teria que ser menor. Importante citar que ao usar prensa francesa ou uma cafeteira turca, uma substância chamada cafestol não é removido. O cafestol pode aumentar o colesterol ruim (LDL).

Segundo o médico endocrinologista Frederico Marchisotti, o café deve ser consumido preferencialmente pela manhã ou à tarde.  Evitar ingerir à noite para não correr o risco de provocar insônia, visto que o café é um estimulante do sistema nervoso central.

“Felizmente, temos por hábito, na cultura brasileira, tomar o café com leite no desjejum. O ideal seria ingerir sem o leite simultaneamente, pois o café reduz a absorção do cálcio pelo organismo. Para atletas, o ideal é ingerir cerca de 1h antes do treino ou competição, para melhorar o rendimento, já que o café é ergogênico (melhora desempenho, mesmo que discretamente) . Inclusive já fez parte da lista de substâncias proibidas pelo comitê olímpico internacional”, orienta o especialista.

Benefícios do cafezinho

“É importante dizer que os estudos sobre benefícios ou malefícios do café são, quase sempre, de baixa qualidade metodológica (observacionais) para o tipo de resposta que se busca, pela própria dificuldade de realizá-los”, conta o endrocrinologista.

O café tem sido associado a redução de eventos cardiovasculares (infarto, AVC) se consumido de forma moderada, por suas propriedades antioxidantes. Vários estudos mostram que o consumo moderado de café reduz o risco de desenvolver Diabetes e também a Doença de Parkinson. Consumo de café também tem sido relacionado ao menor risco de câncer de fígado e menor risco de depressão.

“O café aumenta a atenção, concentração e memória. Muitas vezes é usado por estudantes em épocas de provas. Estas reações são muito individuais e existem pessoas que apresentam maior ou menor sensibilidade aos efeitos do café. Estes efeitos também são dose dependente. O excesso pode provocar agitação, tremores e taquicardia”, alerta o médico.

Então o café faz mal à saúde?

O endocrinologista faz um alerta quanto ao consumo de café para pessoas que têm insônia, gestantes, crianças, cardiopatas, portadores de refluxo gastresofágico, glaucoma, mulheres com osteoporose, diabéticos descompensados e pacientes com ansiedade.

“O café, principalmente se tomado à noite pode provocar ou piorar a insônia. Uma quantidade maior que quatro xícaras por dia em gestantes já mostrou, em um estudo, provocar redução do peso do feto ao nascimento. O uso a longo prazo e frequente de substancias estimulantes, como a cafeína, podem prejudicar o desenvolvimento do sistema nervoso de crianças. Lembro que refrigerantes e energéticos também contêm cafeína”, explica o médico.

O especialista completa a necessidade de cuidados, afirmando que “a cafeína também é prejudicial aos ossos se consumida exageradamente, pois como já dito, reduz a absorção de cálcio pelo intestino. Pacientes com hipertensão de difícil controle e diabéticos com níveis muito altos de glicose, também devem evitar o consumo de cafeína. Ela também pode piorar os sintomas de pacientes com doença do refluxo gastresofágico (azia, queimação) ao reduzir a pressão do esfíncter esofágico inferior e aumentar a refluxo de ácido do estômago para o esôfago. A ansiedade também pode ser piorada após consumo de café, porém são necessárias grandes quantidades e não são todos os tipos de ansiedade que são afetadas”.

“Com todas essas informações, é fundamental observar sempre a quantidade adequada de consumo. Em quantidades maiores ou em portadores de doenças ou características específicas citadas, deve-se conversar com o médico assistente. Além disso, é bom considerar que existem variações individuais em relação a sensibilidade à cafeína que podem modificar a quantidade adequada para cada um”, conclui o endocrinologista.

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