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Dia da indústria: os desafios e os números do setor na Região Sul

Indústria representa 27% do PIB do Sul catarinense; veja dados e desafios do setor neste Dia da Indústria

Um setor diversificado e de grande importância, a indústria representa, 27,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Sul catarinense. É o que aponta os dados do observatório da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) levando em consideração os 27 municípios das regiões de Criciúma e Araranguá. Nesta quinta-feira, dia 25, é celebrado o Dia da Indústria.

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“A indústria do Sul de Santa Catarina é muito pujante e bem diversificada. Ela é feita por empreendedores e famílias empreendedoras que se solidificaram e se tornaram gandes indústrias a nível nacional e mundial. Haja vista que hoje a maioria das exportações do nosso Sul é para os Estados Unidos. Exportar para um país como esse, exportar tecnologia e valor agregado é muito importante. Isso nos coloca na vanguarda da indústria mundial”, comenta o vice-presidente da Fiesc Sul, José Carlos Sprícigo.

Vice-presidente da Fiesc Sul, José Carlos Sprícigo, destaca que falta de mão de obra qualificada é uma das preocupações da industria no Sul – Foto: Lucas Colombo/Portal Litoral Sul

 

De acordo com ele, outro fator importante é a quantidade de empregos gerados pela indústria. Em um universo de 650 mil habitantes, 76 mil trabalham diretamente nas 5.389 indústrias instaladas nos 27 municípios da região de Criciúma e Araranguá.  “É um número muito importante e temos que potencializar esse crescimento. Porque além de tudo o salário pago na indústria, a renda per capita dela, é a mais alta em relação a todos os outros segmentos como serviços e comércio. A indústria é o que lidera”, explica Sprícigo.

Presidente da Acic destaca força da indústria 

Para o presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Valcir José Zanette, a força da indústria se mostra no número de empregos gerado pelo setor. “A indústria é o setor que mais gera empregos formais na Região Carbonífera. Considerando os 12 municípios, a região fechou o primeiro trimestre deste ano com 144.430 trabalhadores com carteira assinada. Desse total, 60.450 atuam no setor industrial”, destaca Zanette.

Ele, também, ressalta a importância do setor como uma ‘mola’ propulsora do desenvolvimento econômico e social. “Temos uma indústria forte e diversificada, que contribui com o crescimento e fortalecimento das cidades. Se a indústria está forte, a economia também está fortalecida”, comenta Zanette.

Os desafios e gargalos da indústria no Sul

A questão do gás natural é uma das mais debatidas quando o assunto é indústria no Sul catarinense. Segundo o vice-presidente da Fiesc Sul é um dos gargalos que já trouxe prejuízos, tendo em vista que empresas deixaram de se instalar na região devido a falta do gás. “Nos preocupa muito. Imagina não poder crescer, limitar a infraestrutura. Tivemos perda de investimento milionário. E a preocupação com o crescimento da indústria local. Daqui a pouco as empresas vão ter que crescer fora daqui e gerar emprego fora daqui, tudo o que não queremos. Queremos crescer a nossa região sul”, ressaltou Sprícigo.

Os dados econômicos consideram os 27 municípios das regiões de Criciúma e Araranguá – Fonte: Observatório da Fiesc

Ele acredita, porém, que esse problema seja resolvido. “A questão do gás, agora com a instalação da bacia de babitonga, deve ser resolvida. Vamos ter gás abastecido por caminhões na nossa região para crescer”, projeta.

Além do gás, a mão de obra qualificada tem sido um dos problemas enfretados pelas indústrias. Por esse motivo, a Fiesc tem se aproximado das prefeituras em busca de ampliar a educação profissional. Neste sentido, também, uma nova escola profissionalizante será construída em Criciúma pelo Senai, que é ligado a Fiesc, em busca de ampliar o atendimendo no Sul.

Os dados da indústria consideram os 27 municípios das regiões de Criciúma e Araranguá – Fonte: Observatório da Fiesc

“Estamos fazendo um trabalho forte de aproximação com as prefeituras para desenvolver pessoas. Porque todos falam da falta de mão de obra qualificada. Temos 600 vagas e poucos para preencher isso. Temos que qualificar e esse movimento de estar próximo aos prefeitos e prefeitas da região é uma possibilidade de qualificar pessoas. Acho que é um movimento que temos que continuar em virtude da alta demanda”, ressalta Sprícigo.

Outros desafios enfretados pelas indústrias está a falta de voôs no Aeroporto de Jaguaruna e a busca de potencializar o Porto de Imbituba. “Temos o desafio de potencializar o Porto de Imbituba, desafio importante. Temos que caminhar juntos para terminar a BR-101, lembrar que ela não está acabada, tem o túnel ali do Morro dos Cavalos que poderia viabilizar a ferrovia litorânea”, enumera Sprícigo. “Outro tema que temos que tratar a Fiesc e ligado com a Acic é a questão do Aeroporto de Jaguaruna, temos que potencializar esse aeroporto com mais voos, um belo aeroporto, um instrumento maravilhoso, mas hoje ainda vimos muitas pessoas se deslocando para Florianópolis e Porto Alegre”, completa.

Pleitos reconhecidos pelo presidente da Acic, Valcir José Zanette. “O setor possui uma agenda intensa em busca do crescimento, reivindicando e articulando pleitos em diversas áreas, como infraestrutura, educação, gestão pública, segurança pública, saúde. Precisamos oferecer cada vez mais condições para um ambiente favorável a este setor, tornando-o ainda mais competitivo e pronto para enfrentar os desafios impostos”, analisa.

Quanto ao futuro, ele destaca que a projeção é otimista. “Estamos otimistas, após um início de ano difícil com aumentos altos no gás, no petróleo, entre outros. Estamos em um pico da inflação e agora é queda”, finaliza.

Dados de importação e exportação consideram os 27 municípios das regiões de Criciúma e Araranguá – Fonte: Observatório da Fiesc

 

Indústria de SC, a segunda mais competitiva do Brasil

Nesta quarta-feira, dia 25, o Observatório FIESC lançou durante o Fórum Reinventa-SC, que ocorre neste momento, o Atlas da Competitividade da Indústria Catarinense.  O levantamento inédito inclui o Índice de Competitividade Industrial (ICI) dos estados brasileiros e revela que a estrutura produtiva de Santa Catarina (0,167) foi classificada como a segunda mais competitiva, com índice muito próximo ao do primeiro do ranking, São Paulo (0,168).

“A indústria de Santa Catarina é uma das mais pujantes e competitivas do Brasil, desempenho sustentado por empreendedorismo, investimentos, estratégias de ampliação do mercado interno e de inserção internacional. Mas acreditamos que, em uma economia de escala global, é preciso estar no nível dos melhores do mundo. Por isso, sabemos da importância de contribuir para criarmos um ambiente de negócios mais favorável para ampliar a nossa competitividade”, avalia o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.

O Atlas da Competitividade revela que a diversificação setorial e a especialização regional são características estruturais marcantes da indústria catarinense. O estudo demonstra que Santa Catarina já é referência internacional nas cadeias produtivas de Alimentos, Equipamentos elétricos, Têxtil e Confecções e tem bom desempenho em setores como Móveis e Metalurgia.

Além disso, o Atlas demonstra que a competitividade da indústria catarinense está à frente da média do restante do Brasil, assim como de países como Argentina, Rússia e África do Sul, por exemplo. Mas, assim como esses, ainda necessita de mais investimentos para ampliar o desempenho competitivo global e a capacidade de inovação.

Sobre o Atlas 

O Atlas da Competitividade da Indústria Catarinense terá periodicidade anual. A publicação é elaborada pelo Observatório FIESC, no âmbito do SC Competitiva, um sistema que compreende uma série de estudos e análises focados na produtividade e na competitividade das indústrias do estado e que auxilia nas ações estratégicas da FIESC.

O Índice de Competitividade Industrial (ICI) dos estados considera dados de 2019 e avalia dois fatores para a definição de seu cálculo: a capacidade de produzir e exportar bens manufaturados e a intensidade tecnológica da produção e exportação, assim como é visto no Competitive Industrial Performance Index (CIP), da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNIDO). O índice faz parte do Atlas da Competitividade da Indústria Catarinense, liderado pelo economista do Observatório FIESC, Marcelo Masera de Albuquerque, e teve a coordenação técnico-científica do professor da UFSC e consultor da FIESC Pablo Bittencourt.

 

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