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“Deus disse: – acorda e volta”, conta sobrevivente da Covid-19

Rita de Cássia, relata como está sua vida após um ano de luta contra a doença

Em meio a inúmeras histórias em função do coronavírus, o Portal Litoral Sul, irá contar a da içarense Rita de Cássia Viera, 47 de anos. Foram mais de dois meses de hospital, destes 34 entubada e 31 em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Agora recuperada ela nos conta como está após esse período.  “Quase não completei meus 46 anos. A Covid é uma doença que te come por dentro e muito rápido. Em uma semana você pode morrer”, diz ela após um ano da doença.

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Ela acredita ter se contaminado no dia 8 de março de 2021, quando dias depois surgiram os primeiros sintomas, a passagem pelo Centro de Triagem, resultado positivo, seis dias após, internação até o agravamento do caso e chegar a entubação.

Rita comenta que do período que antecedeu sua entubação, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Araranguá para onde foi levada não se recorda de nada. “É muito ruim lembrar”, diz ela. E completa. “No início acho que eu estava dormindo, e quando fui acordando, com a diminuição da sedação e recuperando a minha consciência tive sonhos irreais e reais. Os momentos ficam surreais. Era a luta da vida contra a morte”, acredita. E revela: “Mas Deus disse assim: – acorda e volta!”. “Não adianta, ele sabe exatamente o que tem em nosso coração e te mostra isso. Ficou muito nítido para mim, tanto que de repente da noite para o dia comecei a melhorar. Sem explicação”, ressalta.

Até a recuperação total dos movimentos foram muitas sessões de fisioterapia – Foto: Arquivo Pessoal

Durante todo o período da internação de Rita, a sobrinha Isadora manteve os familiares e amigos informados, com o passo a passo do tratamento, via redes sociais em forma de um diário, que Rita diz ainda não ter lido por completo. “Acompanhei algumas partes, mas quero ler tudo. Sei que minha família sofreu muito”, lamenta.

“50% de minha alegria se foi com doença”, diz ela

Rita teve alta em 27 de abril quando deixou a UTI, rumo a um quarto no Hospital São Donato em Içara até ir para casa. Em casa, a recuperação completa levou meses, o local precisou ser adaptado sendo necessário várias sessões de fisioterapia. “Usei fralda, não conseguia caminhar, comer e precisava de ajuda para tudo”, recorda e guerreira diz que em dois meses se recuperou.  Mas, ainda hoje, descreve algumas sequelas.  “Tenho crises de ansiedade, arritmia, tomo remédio para dormir, criei um medo surreal das coisas, afinal estive muito perto da morte”, fala em tom pensativo.

“Após um ano estou começando a viver novamente”, diz Rita

Sempre muito alegre e sorridente, ela retornou no final do ano passado a suas atividades profissionais presencial, como assistente administrativo, mas diz que 50% de sua alegria se foi com doença. “Agora, após um ano estou começando a viver novamente”. E diante de tudo o que passou, ela  confessa que muitas coisas em sua vida mudaram. “Desde então levo uma vida simples. Desacelerei. Me sinto uma mulher muito mais centrada e com um novo olhar para o mundo. Só tenho que agradecer a Deus todos os dias, por continuar vivendo ao lado da família e amigos preciosos”, finaliza.

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