Detalhes de crime bárbaro no Extremo Sul são revelados
Dupla foi condenada por ter matado a facadas Daiane Conrado, de 38 anos, no início do ano em São João do Sul
Detalhes de um crime bárbaro e que chocou São João do Sul, no Extremo Sul catarinense, foram revelados durante o Tribunal do Júri na última semana. Os dois homens acusados por matarem Daiane Conrado, de 38 anos, foram condenados a 15 e a 13 anos de prisão em regime inicial fechado.
Durante o Júri, a promotora de Justiça Iara Klock Campos expôs os detalhes do crime ocorrido em janeiro deste anos. A vítima pouco conhecia os dois homens e não tinha qualquer relação com eles, segundo a denúncia.
“Esse caso me deixou perplexa por sua barbaridade. Nunca antes havia estudado um homicídio que ocorreu pelo simples prazer de ceifar a vida alheia. A vítima pouco conhecia os condenados, não tinha qualquer relação afetiva pretérita com eles ou mesmo tinha relação com dívidas de drogas, com qualquer outra dívida, ou com o tráfico de drogas”, comenta a Promotora de Justiça.
A família da vítima ficou extremamente abalada e a comunidade, atônita. “Daiane Conrado foi morta por nada e para nada. Uma grande injustiça que mereceu ser minimamente reparada com a condenação dos acusados. Ao final, a mãe, a irmã e a cunhada da vítima me abraçaram aos prantos e, entre soluços, agradeceram pelo trabalho do Ministério Público. Inusitadamente, a família de um dos réus também veio agradecer pelo julgamento justo que foi buscado. O Ministério Público ainda vai recorrer da sentença para majorar a pena, já que algumas circunstâncias agravantes não foram consideradas no julgado”, completou Iara.
“Loucura da cabeça”, diz um dos réus
Consta na denúncia oferecida pelo Ministério Público que, no dia 9 de janeiro de 2022, por volta das 3 horas da madrugada, na Estrada Geral Campestre, em São João do Sul, os denunciados teriam matado Daiane com golpes de faca. Conforme apurado no inquérito policial, os denunciados levaram a vítima em um carro até as margens do rio Mampituba em um local afastado, onde desferiram, no mínimo, quatro facadas.
Além do crime de homicídio, a dupla teve pena aumentada por duas qualificadoras. O crime, para o MP, ocorreu por motivo fútil, uma vez que os denunciados mataram a vítima por simples “loucura da cabeça”, ou seja, pelo mero desejo de experimentar a sensação de ceifar a vida alheia, termo utilizado por um dos denúnciados em interrogatório.
Ainda, os condenados ocultaram o cadáver da vítima, depositando-o no rio Mampituba, com o intuito de impossibilitar a posterior localização e identificação do corpo.
Conforme apurado na investigação, o corpo foi localizado após se verificar a existência de um rastro de sangue entre a beira da estrada, que foi o local do homicídio, e o ponto onde o corpo da vítima foi encontrado, no leito do rio, ambiente onde este permaneceu preso pelos cabelos a um arbusto.
Os condenados podem ainda recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Eles tiveram o direito de recorrer em liberdade negado pela Justiça. A defesa dos acusados não foi localizado e o espaço está aberto para manifestação.