Como assim? Vocês devem estar pensando que a Letícia enlouqueceu, afinal trabalha com o desenvolvimento humano e, de repente, quer propor algo sobre desmotivação…calma!! Eu prometo que estou bem, não me julguem, leiam!
Se você está em uma empresa com certeza já participou de algum tipo de evento onde o foco era a motivação. Saibam que a “indústria” da motivação ganha rios de dinheiro, palestrantes nacionais e internacionais, alguns muito conhecidos, trabalham com essa temática há muitos anos e prometem “milagres” como motivar para vender, motivar para trabalhar em times. O problema é que isso acontece em um hora, o que de fato é possível mudar em uma hora?
E por que esse serviço ainda vende tanto? Genteee….parem, por favor….essa é fácil….porque as pessoas querem milagres, atalhos, o caminho mais curto, o jeitinho mais rápido. Querem ver, separei alguns exemplos: melhor demitir um colaborador do que desenvolvê-lo, não é? Melhor tomar remédio para emagrecer do que fazer dieta e mudar hábitos em sua vida, não acham? Melhor pegar carona no sucesso alheio do que fazer o seu caminho, e por aí vai…As pessoas estão carentes demais, então tudo que parece solucionar algum dilema e que seja imediato, é de fácil aceitação para a maioria.
Tem mais um detalhe, muitas vezes, as pessoas ficam ainda mais frustradas porque ao saírem das “palestras milagrosas”, não conseguem implantar nada em sua rotina (porque mudar como já sabemos, não é milagre), o que acaba gerando mais frustração em suas vidas e carreiras.
No que acredito, então? Eu acredito que motivação é algo interno e que apenas cada ser humano pode alimentar em si. Sendo assim, o externo não motiva, não tem esse controle e nem esse poder. Para Stephen Robbins, 2009, a motivação é resultante da interação do indivíduo com a situação e seu nível varia de indivíduo para indivíduo. Sua definição foi dada como o processo que determina a intensidade, a direção e a persistência dos esforços de uma pessoa para alcançar sua meta.
Agora, eu acredito que somos capazes de inspirar as pessoas. Quando inspiramos, nós podemos influenciar as pessoas a se conectarem com aquilo que as motiva e então, agirem. Inspirar através do exemplo pode ser um caminho. Inspirar para a ação, só há algo que fará você ter mudanças em sua vida: agir!
Ainda sobre o que eu acredito: no trabalho contínuo, no monitoramento constante dos aprendizados baseados em experiências, isso sim, podem provocar transformações sustentáveis e significativas.
Então, não é que eu desvalorize as palestras motivacionais, mas não acredito nos executores que prometem milagres e soluções arrebatadoras. Acredito sim que as palavras têm o poder de provocar sua forma de pensar e isso pode ser o início de um processo de mudança, mas que possivelmente, não verás resultados significativos no curto prazo, isso é uma grande armadilha, esperar sucesso de curto prazo.
Eu desejo é que você, se quer mudar, encontre motivos internos que gerem movimentos em você, porque é no movimento que acontece a mudança, é no movimento que você aprende, inclusive sobre o que o motiva ou não. É no movimento que você também inspira outras pessoas.
Por isso, antes de ir numa próxima palestra, seja crítico…não é uma linha a mais no seu currículo que o fará melhor. Pense nisso!!!