Em algumas palestras que realizo, eu provoco os participantes a pensarem em uma palavra que de fato é impactante, mas que sem sombra de dúvidas, é o que nos garante mudança: demissão! Como assim? Calma, não estou estimulando você a pedir demissão freneticamente e nem a sair do seu atual emprego. Eu estou convidando você a demitir padrões de comportamentos e não de cargos. Até mesmo porque toda a demissão de cargo possivelmente passou pela ineficiência comportamental. Mas, a grande questão é: o que você precisa demitir?
Em novembro vou lançar o meu primeiro livro solo com um título provocante e cheio de inquietações, e saibam que isso só foi possível porque precisei demitir minha preguiça, medos, falta de foco e ausência de coragem para construir mais um capítulo da minha vida pessoal e profissional. Percebam que não existem construções sem perdas.
Demitir é perder. Mas o que você precisa perder para ganhar? Lembro de uma passagem de minha vida em que fui “demitida” da escola e isso me trouxe consequências. Uma delas foi sair de casa aos quinze anos para que aprendesse a demitir padrões que, com certeza, não me levariam à uma vida com prosperidade e crescimento. Mas esse tema será assunto do livro número dois, que será lançado no ano que vem.
Olha o que acontece quando ousamos nos desafiar. Você começa e percebe que tem mais para fazer e se desafiar, mas que para isso, vai precisar se colocar à disposição de viver menos certezas absolutas e mais experiências. Elas nem sempre serão boas, mas lhe trarão grandes aprendizados.
Quando você aprende a se desligar de relações, trabalho, carreira, negócios que não lhe permitem viver uma melhor versão de você mesmo, você canaliza seu olhar e foco para aquilo que você tem de sobra, a sua fartura comportamental. E obviamente, ao longo das rupturas, nos processos de despedida das antigas versões, vivemos o que a técnica milenar chinesa chama de Kintsugi (kin = ouro |tsugi = emenda), significa literalmente “emendar com ouro”. É uma técnica de restauração para vasos que quebram.
Quando escolhemos demitir o que não serve, de fato nos quebramos, mas a obra posterior a essa atitude é a construção de uma nova peça que soube valorizar as suas imperfeições, mas não se conformou com elas e, ao invés de escondê-las, construiu uma nova obra, um novo capitulo.
E aí, está preparado para fazer a sua parte? Para colar com ouro aquilo que não serve mais? Para demitir antes que a vida o demita? Pense nisso!