O delegado da Polícia Federal Rafael Antônio Broietti, não disse o nome do deputado estadual investigado, apenas confirmou que alguns dos lugares visitados na manhã de hoje, quando foi deflagrada a Operação República, funcionam como “escritórios” de pessoas que foram tipo coordenadores de campanha. As informações foram repassadas durante a coletiva de imprensa realizada às 10 horas, na sede da Polícia Federal.
Segundo ele, até o momento, nenhum mandado de prisão foi emitido, e falou que a investigação vem sendo realizada desde janeiro desse ano e envolve dezenas de pessoas, além disso, a prestação de contas oficial da campanha sob investigação foi pouco mais de R$ 700 mil, mas apurou-se R$ 560 mil em Caixa 2. “Pode haver condenação por falsa declaração, boca de urna, corrupção eleitoral e formação de quadrilha”, garantiu a autoridade policial.
Durante a operação, a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão de farto material para análise, como equipamentos de armazenamento, HD, telefones celulares, notebooks, contabilidade de uma empresa, planilhas entre outros documentos. “Mas o trabalho pode se estender e trazer novos nomes” garante o delegado.
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Batizada como República Velha, o nome faz referência ao período da história do Brasil que se estendeu da proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, até a Revolução de 1930, tempo este que se caracterizou pela concentração do poder pelas oligarquias dominantes, onde havia a figura do coronel, que utilizava seu poder econômico para garantir as eleições, mediante as práticas de voto de cabresto, compra de voto, troca de favores, entre outras, práticas estas similares às utilizadas pelo grupo criminoso investigado.
A ordem é de apurar delitos eleitorais de falsa prestação de contas à Justiça Eleitoral (“caixa 2”), corrupção eleitoral e formação de quadrilha, que teriam sido cometidos no decorrer da campanha eleitoral de 2014. A operação contou com a participação de 44 policiais federais, os quais deram cumprimento a 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Florianópolis, Criciúma, Içara e Morro da Fumaça, expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina.
As investigações colheram fortes indícios de que, no decorrer da campanha eleitoral de 2014, para eleger uma pessoa candidata ao cargo de deputado estadual, os investigados teriam constituído um grupo, composto pelo próprio candidato, atualmente ocupando outro cargo público, seus coordenadores de campanha, bem como cabos eleitorais e apoiadores, que, valendo-se de meios escusos, voltados a burlar a legislação eleitoral, notadamente a utilização de recursos de origem obscura e não contabilizados – “CAIXA 2”, teria custeado despesas não declaradas à Justiça Eleitoral e promovido o aliciamento de eleitores mediante o oferecimento/dação de dinheiro e/ou vantagens.