O encontro do PL foi em Blumenau e a vice-governadora Daniela Reinehr reafirmou a intenção de concorrer a deputada federal, um pedido do presidente Jair Bolsonaro que quer apoio no Congresso e, ao mesmo tempo, garantir maior Fundo Eleitoral e tempo de rádio e TV para a sigla.
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Estranho é que a vice-governadora, que defendeu a administração de Bolsonaro, disse que o Estado “ainda tem um passivo de grandes obras, ações e projetos que devem ser trabalhados”, sem considerar que seu grupo político está no poder a mais de três anos.
Outro assunto ignorado foi o do corte de R$ 43,2 milhões em obras federais em Santa Catarina, uma delas a duplicação da BR-470, que atinge diretamente o Vale do Itajaí, local onde o evento foi realizado.
Quem coordenou a reunião de trabalho foi o deputado estadual Ivan Naatz, líder do partido na Assembleia e coordenador da pré-campanha estadual dos liberais na região.
Além de Daniela, outros pré-candidatos a deputado federal estiveram presentes: a jornalista e advogada Julia Zanatta, de Criciúma, coordenadora regional Sul da Embratur, e o vereador de Blumenau Aílton de Souza, o Ito.
Audiência com ministro da Infraestrutura foi antecipada
O senador Esperidião Amin (PP) comunicou, no início da tarde desta quarta, 26, que a audiência com o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) será na semana que vem, no retorno das atividades do Congresso Nacional.
Amin conversou com o ministro e soube que, pelo impacto que o corte no Orçamento teve no Estado, a agenda, inicialmente marcada para o dia 8 de março, foi antecipada.
Mais reclamação
Mais uma entidade entra com tudo na lista de reclamações sobre o corte de recursos do Orçamento da União para obras estruturantes em Santa Catarina, a Fetrancesc, que reúne transportadoras de carga e empresas de logística.
Em nota oficial, a federação cobra justificativas sobre a decisão do governo federal e acentua que a precariedade das rodovias federais catarinense gera prejuízos à economia e eficiência do serviço de transportes de cargas.
A Fetrancesc é presidida pelo empresário Ari Rabaiolli, filiado ao PL (de Jorginho Mello e Jair Bolsonaro, pré-candidato a deputado federal) e segue a mesma linha de cobrança da Facisc, que também se manifestou sobre o anúncio que penalizou as obras federais no Estado.
Leia a nota Fetrancesc na íntegra:
“Cortar R$ 43,2 milhões do orçamento de infraestrutura para as rodovias federais catarinenses, o equivalente a 24% dos R$ 177 milhões a menos no Orçamento da União para a pasta, é reduzir, acima de tudo, a perspectiva de desenvolvimento econômico e sustentável de um dos Estados que mais contribui para o progresso do País – o 3º PIB per capita, 6ª maior arrecadação entre os Estados e a 24ª no retorno dos recursos em infraestrutura.
A precariedade das rodovias federais catarinenses – a menos prejudicada é a BR-101 – em relação às suas condições, seja pela sinalização ou manutenção, também acarreta em prejuízos para a eficiência dos veículos pesados de transporte devido aos altos índices de tráfego – afinal de contas, a atividade do transporte no Brasil é majoritariamente rodoviária.
De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias, os impactos das condições de pavimentação das rodovias nos custos operacionais para a realização do serviço de transporte giram em torno de 36%. Em contrapartida, o estudo revela que são necessários R$ 1,6 bilhão para recuperação, subdividido em ações emergenciais de reconstrução e restauração, além da manutenção propriamente dita.
Os impactos são diretos na relação tempo/consumo e, por consequência, nos custos de logística e transporte das mercadorias. Sobretudo ao considerar o corte por um lado, mas a manutenção (1) dos R$ 4,9 bilhões para o Fundo Eleitoral (Fundão), (2) 16,5 bilhões para emendas parlamentares e (3) R$ 1,7 bilhões para reajustes salariais.
Tal comparação não desmerecer nenhum destes investimentos. Ao contrário: enaltece a necessidade urgente de equilíbrio entre todos os lados. Isso porque as rodovias federais catarinenses, a exemplo das BRs 470 e 280, são penalizadas seguidamente com a falta de recursos em seus projetos de duplicação. Condição esta que contribui para o “pedágio não oficial”, como o custo fixo de um caminhão parado em um congestionamento, equivalente a R$ 100/hora, sem considerar o custo variável.
Por estas razões, enquanto representante das empresas do Transporte Rodoviário de Cargas de Santa Catarina, atividade essencial para a garantia e manutenção do abastecimento e uma das mais prejudicadas diretamente com a falta de investimentos em infraestrutura, o Sistema Fetrancesc entende tal corte como uma desconexão com as necessidades catarinenses para a garantia da qualidade de vida dos cidadãos e o desenvolvimento do próprio País.
Em contrapartida, a federação e seus treze sindicatos filiados, unidos às mais de 18 mil empresas do segmento no Estado, esperam (e clamam) por justificativas sobre a decisão do Governo Federal.”