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Criciúma tem ponto de coleta de DNA para identificação de pessoas desaparecidas

Iniciativa faz parte da Mobilização Nacional de Identificação e Busca de Pessoas Desaparecidas, lançada pelo Governo Federal por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública

Criciúma conta com um ponto de coleta de DNA para ajudar na identificação de pessoas desaparecidas. A iniciativa faz parte da Mobilização Nacional de Identificação e Busca de Pessoas Desaparecidas, lançada ontem, 26, pelo Governo Federal por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O ponto de coleta está localizado na Superintendência Regional de Polícia Científica, na Rodovia SC-443 KM 01, 670, bairro Próspera, telefone: (48) 3403-7189 e segundo, Jones Cambruzzi Pereira, Perito Superintendente Regional da Polícia Científica até o momento quatro famílias já procuraram o serviço. “Podemos considerar o número expressivo, pelo fato que esse tipo de situação a gente já faz no dia a dia. Mas estamos percebendo que a campanha está surtindo efeito, pois os familiares de pessoas aparecidas estão nos procurando”, informa.

A campanha ocorrerá em três etapas e vai usar técnicas de identificação genética e papiloscópicas. Conforme o Governo Federal, na primeira fase, até sexta-feira, 30, serão coletadas amostras de DNA de familiares de desaparecidos por meio da saliva. O familiar deve ter um Boletim de Ocorrência de desaparecimento registrado, preencher um formulário online, disponibilizado no site da polícia científica que entrará em contato para o agendamento. 

O que acontece após a coleta de DNA?

Conforme o perito Superintendente, os kits de coleta são padronizados em todo o Brasil, para a segurança dessa prova e a coleta do material é simples e indolor para o doador. “É feita a partir de células da mucosa oral através de swab (cotonete) que é passado no interior da bochecha do familiar doador. O perfil genético obtido não será utilizado para nenhum outro fim além da identificação do parente desaparecido”, explica.

Ainda segundo ele, a campanha reforça o comprometimento da  Polícia Científica de Santa Catarina em garantir que a ciência forense seja uma ferramenta essencial para a justiça e para a resolução de casos de desaparecimento no Brasil.

Veja a lista dos quase 300 pontos de coleta espalhados pelo Brasil.

Coleta

O evento de abertura em Brasília (DF), contou com a coleta de DNA de Ana Paula Farias Lima, filha de José Gomes Lima, que desapareceu há três anos no Distrito Federal.

Importância

O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, apontou a importância da demonstração promovida na cerimônia para afastar um possível temor que as pessoas possam ter de fazer a coleta. “Com um ato tão singelo, aumentamos em vários níveis o percentual de sucesso no encontro das pessoas desaparecidas”, disse. A legislação atual assegura que as amostras fornecidas voluntariamente pelos parentes serão usadas exclusivamente na identificação dos entes sumidos, e não para outro propósito.

Rede

Na segunda etapa, o foco estará no recolhimento de impressões digitais e de material genético de pessoas vivas com identidade desconhecida. Por fim, será coordenada a pesquisa de impressões digitais de corpos não identificados armazenadas em cada unidade federativa. Nessa etapa, conhecida como análise do passivo (backlog), os dados são comparados com os registros existentes nos bancos de biometrias. Essas informações farão parte da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG) — alimentado pelas secretarias estaduais de Segurança em parceria com a Polícia Federal.

Cruzamentos

As amostras genéticas de pessoas vivas e falecidas com identidade desconhecida analisadas pelos laboratórios da RIBPG são enviadas rotineiramente ao Banco Nacional de Perfis Genéticos, onde são feitos os cruzamentos de dados em nível nacional com perfis coletados pelos 23 laboratórios de genética forense que compõem a rede. A identificação genética desempenha papel crucial na Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas, instituída pela Lei nº 13.812/2019.

Cenário

Entre janeiro e agosto de 2024, desapareceram 45.670 pessoas, sendo 29.498 do sexo masculino e 15.833, do feminino. Desse total, 12.148 tinham até 17 anos e 32.415, mais de 18 anos. Já em relação a pessoas localizadas, o número total foi de 30.016, com 10.736 do sexo feminino e 17.931, do masculino. Já foram localizadas 7.654 pessoas de até 17 anos e 20.887 de até 18 anos, em 2024.

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