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Covid-19: Sindicato realiza protesto em frente a hospital de Içara por melhores condições de trabalho

O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Criciúma e Região (Sindisaúde), promoveu um protesto na tarde desta segunda-feira, 24, no pronto-socorro do Hospital São Donato, em Içara. Profissionais acusam instituição de não negociar os reajustes, além disso, destacam que um trabalhador está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por contaminação ao vírus.

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Conforme a presidente do Sindisaúde Gabriela Pnkosk, a direção se recusa a conversar e negociar uma valorização de abono.

“Além de não reconhecer o coronavírus como acidente de trabalho, ao contrário, estão descontando o afastamento dos profissionais contaminados. Também não estão pagando 40% de insalubridade para todos”, disse ela.

“Os trabalhadores do São Donato, bem como nas demais instituições, estão no atendimento de uma grave pandemia”, pontua o diretor tesoureiro, Cleber Ricardo da Silva Cândido. Ainda segundo Cândido, eles são aplaudidos pela população e estão arriscando suas vidas para cuidar e ajudar a salvar vidas. “Infelizmente, sem o reconhecimento da direção do Hospital. Na maioria dos hospitais eles receberam um abono de valorização, menos do Hospital”, critica.

O diretor do sindicato ainda comenta que os trabalhadores sabem que a instituição está recebendo verbas das esferas Federais, Estaduais e Municipais, no entanto. “No entanto eles não respeitam aqueles que muito merecem este reconhecimento”, reflete. Conforme Cleber, este é o primeiro protesto e outras medidas serão tomadas se não tiverem uma posição da administração do Hospital.

Contraponto

No fim da tarde de hoje, o presidente do Hospital São Donato, Júlio Cesar De Luca, encaminhou uma nota para a imprensa sobre as acusações realizadas pelo sindicato durante manifestação.

Nota de esclarecimento

Em resposta a manifestação do sindicato laboral, de que não existe reconhecimento da instituição aos seus colaboradores, a direção do Hospital São Donato afirma que é uma acusação inverídica que não merece destaque. Isso porque, em que pese todas as dificuldades impostas ao segmento de gestão de saúde pública – que não recebe reajuste de tabela SUS desde 1994 – o hospital tem realizado os pagamentos de salários, antecipação de 13° salário, contribuição sindical e depósitos do fundo de garantia rigorosamente em dia.
O sindicato laboral aduz e quer fazer crer que o hospital recebeu verbas das esferas federais, estaduais e municipais e que não está repassando aos trabalhadores. Importa esclarecer que nenhuma verba foi destinada para pagamento de abono. Os valores de repasses recebidos são para fins específicos de combate a covid-19 com a compra de equipamento de proteção individual (EPI), equipamento de proteção coletivo (EPC), contratação de mais profissionais de saúde e demais insumos. 
Destaca-se que todo esse custo não havia uma previsão orçamentária e nem fonte de custeio do exercício do ano de 2019 para realização no ano de 2020. No mais, o Hospital São Donato, a exemplo das demais instituições hospitalares, no mês da data base, ou seja, em março de 2020, repassou a todos os colaboradores o índice de inflação (INPC) do período, atendendo o pleito do sindicato laboral e dos próprios trabalhadores.
Agora decorrido alguns meses desde a pandemia do coronavírus, o sindicato laboral tem condicionado o abono, cuja matéria nem existia em março de 2020, para o fechamento da convenção trabalhista.
Nesse momento em que todos nós temos presenciado a dificuldade financeira, vendo empresas fechando, falindo, trabalhadores perdendo seus empregos, é que precisamos de empatia, força, união e solidariedade para que a instituição possa sobreviver prestando serviço com a qualidade que já o faz.
Júlio Cesar De Luca
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