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Corpo de mulher desaparecida estava amordaçado e tinha os pés amarrados

Depois de três dias de buscas, o corpo de Luciane Vieira Kochélla, de 39 anos, desaparecida desde segunda-feira (5), foi encontrado em estado inicial de decomposição no início da tarde de ontem (8), em Jaraguá do Sul.

A mulher estava com a boca amordaçada com um cadarço e com fita adesiva. Os indícios levam a crer que antes de se jogar no rio, Luciane também tenha amarrado as pernas com fita, possivelmente para dificultar as chances de se salvar. O corpo estava boiando no rio Itapocu e foi visto pelos bombeiros voluntários que faziam a varredura do local.

Na tarde de quarta-feira (7), a fita adesiva utilizada por Luciane foi encontrada por um grupo de voluntários, amigos e parentes que fez uma busca nas margens do rio. Também foram localizadas duas cartelas de remédios quase vazias.

Os medicamentos controlados eram utilizados pela vítima durante o tratamento que realizava contra a depressão pós-parto, diagnosticada após o nascimento do seu único filho. Além da criança de seis meses de idade, ela deixa o marido, Sidnei Sandro Kochélla, de 40 anos.

Foto: Fábio Junkes/OCP

Luciane vestia uma calça preta, uma blusa de cor clara e um dos pés estava calçado com um sapato preto. O corpo foi encontrado por bombeiros voluntários de Guaramirim por volta das 13 horas.

Além da guarnição da cidade vizinha, as buscas contaram com o apoio do Grupo Especialista em Resgate de Alto Risco (Gerar), que fez uma varredura por terra durante a manhã para descartar a hipótese de que ela estaria nas proximidades.

O comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Guaramirim, Maicon Ewald, foi o primeiro a visualizar Luciane pela calça que estava vestindo. “Nós realizamos uma busca de superfície e delimitamos uma área para que a gente fizesse a busca e Jaraguá fizesse em outro local.

Depois, as equipes acabaram fazendo as buscas nos mesmos locais. Nós fomos até a ponte nova e, na volta, acabamos desconfiando de um cantinho com um tronco de árvore próximo ao barranco. Fomos ao local fazer a averiguação e encontramos o corpo”, descreve.

Buscas começaram na terça

As buscas a Luciane começaram logo após o carro que ela dirigia, um Ford Fusion de cor branca, ser encontrado por um popular na rua Afonso Piazera, na tarde de terça-feira. A partir daí, foi iniciada a varredura na área que margeia o rio pelo Canil Setorial do 14º Batalhão de Polícia Militar.

Foto: Claudio Costa/OCP News

Os policiais militares coletaram informações com os parentes e colheram outras informações sobre o caso. Três cães foram utilizados para confirmar a suspeita de que ela teria entrado na água.

“Nós coletamos os materiais, artigos de cheiro, para fazer as buscas com os cães. O primeiro cão varreu uma área de vegetação e terminou a busca com a entrada na água. Então, ele persistia em entrar na água, era um local profundo e não tinha como ter acesso, findando a busca naquele local. Buscamos o segundo cão, que fez o mesmo trabalho e indicou a entrada na água. Um terceiro cão confirmou o mesmo trajeto novamente”, afirma o cabo Marcos Paulo Cattoni.

Com os cães apontando para a água, o Corpo de Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul foi chamado para fazer as buscas no rio. O trabalho começou nas proximidades do local em que os cães apontaram e foi continuado na direção do curso das águas.

Segundo o comandante da corporação, Neilor Vincenzi, havia a possibilidade de que Luciane não estivesse na água, e isso fez com que as buscas dentro do rio Itapocu fossem mais difíceis. O corpo foi encontrado há aproximadamente 1,2 quilômetro do ponto indicado pelos cães da PM e foi recolhido pelo Instituto Geral de Perícias numa prainha próxima a um pasto.

“É um trabalho mais complexo. Você vai com o pensamento de que pode encontrar alguma coisa, mas com a ideia de que pode estar em outro lugar. Então, as buscas se tornam mais dificultosas e nós não desistimos. Desde a terça-feira, quando fomos chamados, a gente mergulhou e não teve êxito. Na quarta-feira, começamos as buscas de superfície mais minuciosa. Hoje, a água estava turva e dificultou, mas com a ajuda de Guaramirim conseguimos solucionar essa situação”, destaca Vincenzi.

Investigação

O delegado que investiga o desaparecimento e morte de Luciane, Rodrigo Carriço, acredita que ela tenha cometido suicídio. Com o resgate do corpo, Carriço informou que vai aguardar o resultado do exame cadavérico para decidir qual rumo o caso deve tomar.

De acordo com o delegado, o caso deve ser encerrado com a confirmação da morte por afogamento, que é a causa mais provável. Outras perguntas sobre os atos que antecederam o possível suicídio de Luciane, como os remédios deixados pelo caminho e as roupas molhadas que estavam no veículo, devem ser respondidas com a conclusão dos laudos.

 

Por OCP News

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