Construção e consumo das famílias puxam crescimento da indústria em SC
Os setores de metalurgia, equipamentos elétricos, produtos de metal, plástico e químico foram os que mais se destacaram no estado no terceiro trimestre
De agosto a setembro deste ano, a indústria catarinense cresceu 1,8% em relação ao segundo trimestre, na série livre de efeitos sazonais, enquanto a média nacional registrou estabilidade. O desempenho mostrou uma recuperação gradual da indústria, comparado ao resultado negativo do acumulado no ano. Análise do Observatório FIESC mostra que Santa Catarina tem expandido a produção em setores ligados à construção, ao consumo das famílias, além de diversificar produtos exportados em alguns setores. O consumo das famílias também impulsionou a produção industrial no estado. “A resiliência do mercado de trabalho, o aumento do salário mínimo real e a queda na inflação de alimentos incentivaram a produção na indústria alimentícia e, consequentemente, no setor de produtos plásticos, em que Santa Catarina é destaque”, destaca o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.
Na indústria de metalurgia e produtos de metal, o estado se beneficia do fornecimento doméstico para o setor da construção, impulsionado pelas atividades de infraestrutura, principalmente em obras em rodovias. Já no setor de equipamentos elétricos, a produção tem sido estimulada pela ampliação das exportações de produtos fora da pauta principal do estado. Apesar da queda nas vendas de motores elétricos, principal produto exportado pelo setor catarinense, houve aumento nas exportações de outros produtos, como os conversores eletrônicos para as indústrias dos Estados Unidos e Canadá e de produtos para instalação elétrica industrial na América do Sul, na análise interanual do trimestre. O setor de produtos químicos também foi beneficiado pela maior demanda da população, com destaque para a produção de cosméticos e artigos de farmácia e perfumaria. O crescimento do comércio desses produtos no país registrou nível de vendas acima da média histórica no período.
Dentre os destaques negativos da análise, a indústria de confecção teve o maior recuo, prejudicada ainda pelo elevado nível nos custos de produção. “Em setembro, a inflação ao produtor do setor continua sendo a maior da indústria brasileira, registrando o maior valor no acumulado do ano”, explica Vicente Heinen, economista do Observatório FIESC.