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Congresso Ibero-Americano da Unesc promove debate e reflexão sobre desafios ambientais contemporâneos

Evento da Unesc, com uma série de atividades, iniciou na noite desta terça-feira e segue até sexta-feira

A crise climática, assunto em amplo debate atualmente, ganha ainda mais espaço na Unesc durante a  5ª edição do Congresso Ibero-Americano de Humanidades, Ciências e Educação (Ibero). O evento, que segue até sexta-feira (13) com diversas atividades, aborda temas como “Vidas em Risco”, “Crise Climática”, e “Controvérsias sobre o Antropoceno”.

Entre os assuntos em debate nas conferências, mesas redondas, grupos temáticos (GTs) e minicursos, estão ESG & Sustentabilidade: a tragédia climática do Rio Grande do Sul; Crise Climática, Educação e Pesquisa Científica; Controvérsias e Conflitos Sociais e Ambientais: riscos, avanços e retrocessos; Educação e Capitalismo Contemporâneo: o que pode a educação em tempos de crise.

“Quando a nossa equipe se reuniu e essa temática das vidas em risco e da crise climática foi definida, ainda não tínhamos vivenciado as tragédias que o Rio Grande do Sul enfrentou. Obrigada, em nome da nossa Universidade pela resiliência porque acompanhei e sei os desafios que esta comissão empreendeu. Tudo tem história, memória e pessoas que dão início, que acreditam e outras dão continuidade, então avalio que esse evento é resultado desse processo de construir algo novo a partir daquilo que acreditamos. Foi isso que deu origem a esse evento”, salientou a reitora Luciane Bisognin Ceretta.

Ela disse ainda que, falar de crise climática e vidas em risco, não se trata apenas de outras vidas, nem de outras crises. “São as nossas e aquelas que estão ao nosso lado. Quando olhamos e falamos sobre uma crise global, ela é decorrência das pequenas grandes crises dos lugares que habitamos”, citou.

“O nosso campus é um ecossistema de uma Universidade Comunitária que tem papel importante e que pode, a partir de todo o cuidado que nós falamos, refletir sobre o nosso papel. A nossa Universidade Comunitária,  que tem na missão o desenvolvimento da região e o cuidado das pessoas que a cercam, mais ainda. Porque, se não for aqui, eu não sei em que lugar nós vamos fazer essa reflexão. Eu não sei que outros lugares poderão promover uma discussão tão qualificada e aprofundada”, acrescenta.

Ao longo dos quatro dias, serão 72 Grupos de Trabalho, 22 minicursos e 16 palestrantes convidados de países como Espanha; Portugal; México; Argentina; Cuba e Peru. A palestra de abertura, realizada na noite desta terça-feria (10) abordou o tema “Vidas em Risco, Crise Climática e as Controvérsias sobre o Antropoceno”, proferida pelo professor Horacio Machado Aráoz.

Evento multidisciplinar  

Segundo o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 2022), as emissões mais nocivas do aquecimento global atingiram os índices mais elevados na história da humanidade. Em seu comunicado de advertência para as autoridades do mundo atual, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, ressaltou, em tom dramático, que o mundo humano está à beira de um colapso socioambiental sem precedentes na história da humanidade.

“Este é um evento multidisciplinar que envolve todas as áreas do conhecimento em um momento de discussão sobre vidas em risco de crise climática, sendo um assunto emergente. A nossa região precisa debater sobre esses assuntos, pois o planeta respira de forma ofegante e a Universidade tem o papel de fazer a análise da realidade e propor soluções para o futuro. Entendemos que a ciência é o lugar de fazer provocações para emergir proposições, soluções que tornem o ambiente de vida mais seguro e sustentável”, reforçou a pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação, Inovação e Extensão, Gisele Coelho Lopes.

“Quando falamos de crises climáticas, tratamos de fenômenos que impactam diretamente a vida em sociedade, a mobilidade urbana, a segurança das pessoas, além da questão alimentar a saúde pública. Quando vivemos um momento em que os ecossistemas pedem socorro precisamos refletir, mas sobretudo fazer com que a consciência sustentável prevaleça, não somente no campo universitário, mas também fora dele”, citou.

Parceria

O 5° Ibero é realizado ainda com a parceria da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe); Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc); Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual do Paraná (UEL); Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc); Universidade Cesar Vallejo, do Peru; Universidad Nacional Entre Ríos (Uner), do Uruguai e Universidad Nacional de La Plata, da Argentina.

“A Unesc traz um dos temas mais importantes da história da humanidade que é a crise climática, um debate que o mundo inteiro faz. É uma situação grave para todos os países e para toda a população. A Instituição provoca esta discussão na região para que comecemos a compreender quais são as consequências e começar a pensar, principalmente, algumas políticas para enfrentar a crise e reverter um pouco esses danos ambientais que estão desregulando o clima do planeta. Nós propusemos tratar do assunto na nossa região porque, para nós enquanto Universidade é fundamental estabelecer um diálogo com todos os municípios para começar a pensar em uma política de prevenção e de restauração de ecossistemas degradados para diminuir, assim, o impacto dessa crise climática”, ressaltou o coordenador do Ibero, Carlos Renato Carola.

Apresentações artístico-culturais durante a programação

O Ibero também promove programação especial com apresentações artístico-culturais que enfatizam a inclusão e a diversidade. A abertura, por exemplo, contou com a apresentação “Semente Ancestral”, do Coletivo Performance, Setor de Arte e Cultura, da Unesc. Outras apresentações ocorrerão dia 12 de setembro, no Auditório Ruy Hülse em dois períodos: às 14h e às 19h.

A programação completa, entre outras informações sobre o evento podem ser conferidas no link: https://www.unesc.net/V-Ibero.

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