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Completa hoje 30 dias do maior assalto de Santa Catarina

Completa hoje 30 dias do maior ataque criminoso da história de Santa Catarina que deixou a população aterrorizada, quando um grupo de bandidos fortemente armados assaltaram a agência do Bando do Brasil, na região Central do município.

Ao passar pelas proximidades do banco, ainda é possível ver as marcas deixada pelos bandidos. A ação durou cerca de duas horas, entre a noite de segunda-feira, 30 de novembro, e a madrugada de terça, 1 de dezembro. A quantia levada pelos criminosos não foi divulgada, mas estima-se que foram cerca de 80 milhões de reais. Até o momento, foram presos 14 bandidos, cerca de 30 participaram do assalto, em confronto, um policial militar foi baleado.

Bandidos atacam o 9º Batalhão da Polícia Militar, com tiros e ateiam fogo em caminhão

Por volta de 23h30, do dia 30 de novembro, iniciou a ação criminosa. Os bandidos entraram na cidade pela Via Rápida e o primeiro alvo foi o 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM).

Foram disparados diversos tiros com fuzis de grosso calibre em direção ao Batalhão, e atearam fogo em um caminhão em frente ao portão principal de entrada. O objetivo era bloquear a saída e intimidar os policiais.

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Policial Militar é baleado

Após o primeiro ataque, os quadrilheiros seguiram para o Centro da cidade, onde dariam início ao assalto. No caminho, há poucos metros do ao 9º BPM encontraram uma guarnição do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) que se dirigia para a sede policial iniciando um confronto.

Na troca de tiros, um policial militar foi atingido no abdômen, Soldado Jeferson Luiz Esmeraldino, 32 anos, foi socorrido pelos colegas. Já passou por três cirurgias e continua internado no Hospital São João Batista de Criciúma.

Os bandidos que estavam em uma Mitsubishi L200 Triton, única dos nove que não era blindada, também foram atingidos. A suspeita foi levantada após encontrar sangue no tapete do carro onde estava o motorista.

 

 

Centro da cidade é cercado pelos bandidos e iniciam os tiroteios

Os ataques no Centro iniciaram por volta de meia noite. Bandidos cercaram a região central em pontos específicos e iniciam disparos de fuzis sem alvo definido.

Os tiros atingiram vitrines de lojas, apartamentos, iluminação pública. Um veículo que não obedeceu a ordem de parada dos bandidos, também foi atingido.

Uma moradora da região central, que preferiu não ter a identidade revelada, relata o momento de pânico vivido pela sua família. “Sentimos muito medo e tudo o que queríamos era nos proteger. Eu via os bandidos armados passar tranquilamente em frente ao prédio que moro e isso nos aterrorizava mais avinda”, lembra. Imagens e vídeos feitos pelos moradores, registrava o momento e circulavam nas redes sociais.

Trabalhadores são feitos de reféns

Pessoas foram feitas reféns

Cerca de seis funcionários do Departamento de Trânsito e Transporte (DTT) de Criciúma que estavam trabalhando na região central, pintando as faixas de sinalização da via, foram feitos de reféns pelos criminosos, uma espécie de “escudo humano”. Eles foram obrigados a tirar suas camisetas e ficar sentados no chão. Alguns foram obrigados a ajudar os bandidos a carregar os valores roubados.

Em entrevista ao G1 SC, Sérgio Eduardo Firme, um dos trabalhadores feito de refém, contou detalhes da conversa com os criminosos.

“Ele falou ‘vou jogar 500 mil aí na rua aí. Vou jogar para o pessoal e vocês aproveitam para pegar também, porque isso aí é do governo e dá nada, nós queremos só levar o dinheiro. O governo rouba muito, então nós vamos levar o dinheiro todo do banco”, contou.

Delegado atinge assaltante

Em vídeo gravado por um morador da Praça do Congresso, mostra um assaltante caído ao chão, ferido por um disparo de arma de fogo pelo delegado Márcio Campos Neves, que trocou tiros com os bandidos. O Instituto Geral de Perícias (IGP) identificou sangue que possivelmente pode ser do ferimento.

Uma grande explosão é ouvida e em seguida os bandidos fogem com o valor

Por volta de 1h45 do dia primeiro de dezembro, uma grande explosão é ouvida, momento em que os bandidos conseguem explodir o cofre do Banco do Brasil. Estima-se que o valor roubado foi de R$ 80 milhões de reais. Suspeita que um assaltante foi ferido no momento da explosão.

Na fuga, deixaram cerca de R$ 300 mil espalhado pelas ruas das proximidades do banco. Quatro suspeitos foram pesos na noite do crime em um apartamento com duas malas de dinheiro, somando a quantia de R$ 810 mil. Os homens afirmam que o valor foi deixado pelos assaltantes, sendo encontrado por eles.

Os bandidos também deixaram para trás explosivos em frente ao portão de acesso ao cofre que foi desativado por volta das 6 horas pelo esquadrão antibombas.

Veículos são abandonados em Nova Veneza

Nove veículos foram utilizados pelos quadrilheiros para assaltar o banco e foram encontrados abandonados em um milharal de Nova Veneza, na região conhecida como Espigão.

Dentro dos automóveis foram recolhidas pistas para chegar ao paradeiro dos criminosos. Através de um recibo de abastecimento de um posto de combustível de Campinas, São Paulo, esquecida dentro de uma BMW branca. Através deste comprovante, a polícia conseguiu identificar e prender um casal envolvido diretamente no assalto.

Os veículos utilizados foram: Mitsubishi Pajero TR4, BMW X4, MBW X6, Range Rover, dois Audi Q5, Hyundai Tucson, Mitsubishi L200 Triton, Volkswagen Tiguan.

Localizado galpão utilizado pelos bandidos

Um galpão localizado na Rodovia Jorge Zanatta, no bairro Presidente Vargas em Içara, supostamente utilizado pelos criminosos para pintar os veículos usados durante o assalto, foi encontrado pela Policia Militar.

Conforme o sargento Edno Carmelio Dutra, responsável pelo Serviço Ronda do 9º Batalhão de Polícia Militar de Criciúma, o local foi descoberto após a ligação do proprietário para o Batalhão da PM. Possivelmente quatro carros estavam no local e mais o caminhão utilizado no crime. Segundo o proprietário do imóvel, o aluguel foi pago antecipado.

Suspeitos Presos

Até o momento, foram presos cerca de 14 pessoas suspeitas de participar do assalto ao banco.

Desses, dois em Porto Alegre, três na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, um em Blumenau e dois em São Paulo. Não foram divulgados a identidade ou circunstância das prisões com o objetivo de não atrapalhar as investigações.

O Batalhão de Operações Policiais Especial (BOPE) localizou uma residência no Rio Grande do Sul, que teria sido usada pelos bandidos como local de transição para a fuga do crime.

As investigações com as equipes integradas seguem através de procedimentos que estão sendo adotados e com a participação do Instituto Geral de Perícias (IGP), Polícias Civil, Judiciária, Rodoviária Fe

deral, Militar e BOPE.

“Agora é uma questão de tempo para essa quadrilha ser presa e desmantelada, pois entra em cena Ministério Público e Poder Judiciário com autorizações de interceptações telefônicas e muitas coisas que não podemos divulgar”, afirma o Tenente Coronel Cristian Dimitri, comandante no 9º Batalhão de Polícia Militar.

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