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Como lidar com a readaptação das crianças na volta às aulas

Conforme psicóloga, por mais dolorosa que seja essa separação ela precisa ser uma relação aberta e verdadeira

Para algumas crianças a adaptação nos primeiros dias de aula são muito sofridos, momento que gera dúvidas e preocupação, principalmente para os pais daqueles com pouca idade. O pequeno aluno chora, não quer ficar na sala de aula, pede pelo papai e a mamãe. E experiência pode ser traumática, não só para os pequenos. Os pais também sofrem.

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Como é o caso da secretária Belisa Ferreira de Oliveira, 24 anos, mãe de André, dez meses. Ela conta que matriculou o filho na creche em período integral, aos quatro meses de idade e diz que a adaptação foi tranquila. “Algumas vezes eu ficava um tempinho a mais para dar uma espiadinha, mas que quando me via chorava”, diz ela. A preocupação de Belisa agora, é nesse segundo ano de escola. “Tenho medo dele estranhar por estar maiorzinho. Agora ele entende. Vai estar na escola e não vai me ver. Já estou me preparando psicologicamente para isso. Se eu perceber que ele vai chorar, claro que irei sentir”, fala ela com o coração apertado.

A psicóloga da educação infantil, Liliane Macan, destaca que a adaptação na escola para algumas crianças pode ser um período desesperador e para outras nem tanto, sendo que cada caso é analisado. “Trata-se de um período em que a criança estava com sua família e vai para um novo ambiente. Para aquelas que já frequentavam o ambiente escolar em um ano anterior, se torna mais fácil e prazeroso, pois já tinha essa rotina. Mas, com os mimos em casa, as brincadeiras podem acontecer dela também não querer retornar, pois retoma uma rotina onde tem a coletividade que deixa de ser individual para conviver com o coletivo da sala”, explica.

“Pais devem demonstrar segurança aos filhos”, diz psicóloga

As crianças reagem com choro nos primeiros dias porque se sentem inseguras. “Num ambiente que elas não conhecem, cheio de pessoas estranhas. E o referencial de segurança delas, que é a mãe e o pai, não estão lá. É um monte de sentimentos estranhos juntos”, analisa a psicóloga.

Ela ainda destaca que o choro acontece até mesmo com os bebês, que percebem a diferença na troca de fralda, na forma como acolhe, na hora da alimentação, no pegar. As idades maiores também passam por isso. “As idades maiores também passam por isso, mas muitas vezes é mais fácil de lidar, entretendo com os coleguinhas de classe, com as brincadeiras. Mas claro, que para os bebês, essa ansiedade de separação ainda é maior”, considera.

Pais devem demonstrar segurança aos filhos

Conforme Liliane, os professores são orientados para estarem preparados e trabalhar com projetos destinados para cada idade, com atividades interativas, de pintura, coletivas e com brincadeiras. “O professor é orientado para promover na criança, mais qualidade no espaço para que ela se sinta familiarizada e integrada. Caso não seja possível nos primeiros dias é chamado o familiar”, destaca. “Quando são crianças novas, a opção também é de que não permaneçam inicialmente no período inteiro, onde os pais podem buscar um pouco antes. Tudo isso para buscar a adaptação”, ressalta.

Ainda segundo ela, um fator que pode auxiliar muito nesta fase é os pais demonstrarem segurança aos filhos. “Eles precisam demonstrar que se sentem seguros em deixá-los na escola, oferecer autonomia, conversar no sentido de explicar que irá voltar e de não fugir na porta, porque vai assustar mais ainda essa criança. Que a escola é um espaço onde o filho irá aprender. Por mais dolorosa que seja essa separação, precisa ser uma relação aberta e verdadeira”, considera. Mas completa. “Mas tem pais que muitas vezes saem chorando e nós precisamos o acalmar.

E uma forma que pode amenizar bastante os efeitos ruins dessa fase, tanto com os pais, quanto com as crianças é fazer com que participe de todo o processo escolar, conhecendo antes a escola, os professores, a alimentação. “Isso é necessário para que se sintam seguros e isso acontece, a partir do momento em que eu conheço o local. Principalmente para os pais que pensam: – onde vou deixar minha criança”, finaliza.

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