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COMITÊ URUSSANGA CAPACITA MAIS DE 150 PESSOAS SOBRE REÚSO DA ÁGUA

Capacitação contou com participantes da região, de outras cidades catarinenses e de outros estados do país

A falta de água é um tema que tem influência direta na vida dos cidadãos e o reúso deste recurso pode ser uma das soluções para minimizar o problema. Considerando essa perspectiva e a necessidade de abordagem do tema para reforço do alerta, o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Urussanga promoveu uma capacitação nessa quinta-feira, dia 29, por videoconferência. O evento, com o tema “Reúso de Água”, mobilizou mais de 150 participantes da região, de outras cidades catarinenses e de outros estados do país, como São Paulo, Ceará, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

A capacitação teve como objetivo principal, oportunizar o acesso a conhecimento acerca da prática de reúso da água, que pode ser incorporada em benefício da qualidade e disponibilidade hídrica no território da bacia. Neste sentido, os tópicos centrais versaram sobre este reúso como alternativa de enfrentamento à escassez hídrica, num mundo desafiado pelos efeitos das mudanças climáticas e pelo comprometimento da água a partir dos maus usos pelas diversas atividades humanas.

Um cenário comum na maioria das bacias hidrográficas, como a do Urussanga, o que tornou o momento, segundo a presidente do Comitê, Lara Possamai Wessler, essencial para que os participantes passem a pensar estrategicamente no assunto. “O tema foi extremamente relevante para nossa bacia, pois ofereceu alternativas sustentáveis para mitigar problemas de escassez e/ou baixa qualidade de água”, frisou.

A capacitação contou com o ProFor Águas Unesc – Entidade Executiva que presta suporte ao Comitê – na organização, por meio da técnica em Gestão Hídrica, Graziela Elias, e na mediação, feita pelo seu coordenador técnico, José Carlos Virtuoso. Participaram do momento, ainda, o vice-presidente do Comitê Urussanga, Fernando Damian Preve Filho, a secretária-executiva, Silvia Sartor Roseng, e diversos representantes de entidades-membro do órgão.

O reúso na prática

A primeira temática abordada da capacitação foi o “Panorama Nacional do Reúso da Água: Avanços, Desafios e Oportunidades no Brasil”, pela fundadora do Instituto Reúso de Água (IRdA) e doutora em Engenharia Civil, Ana Silvia Pereira Santos, que ministrou sua palestra diretamente de Portugal. Em sua participação, a palestrante destacou que a água para reúso pode ser direcionada às atividades agrossilvipastoris, para produção de alimentos; à indústria, para a produção de diferentes bens de consumo; às atividades urbanas que consideram diferentes tipos de lavagens (ruas, pátios e veículos), construção civil e usos prediais; ou até mesmo ao uso potável, considerando diferentes aspectos e tecnologias avançadas de tratamento.

“A questão é que atualmente, em função dos notáveis impactos das alterações do clima, as secas (ou as cheias) podem se tornar (e estão se tornando) mais intensas em determinadas regiões. Para minimizar estes impactos de falta de água, é necessário diversificar a matriz hídrica. Neste contexto, o Reúso de Água se apresenta como parte importante da solução”, explicou Ana.

Nas indústrias

Na mesma linha, o tecnólogo em Gestão Ambiental e especialista em serviços tecnológicos, Bruno Alberto Haas, trouxe ao debate, as ‘Estratégias e tecnologias para o Reúso da Água na indústria’. O palestrante evidenciou que as organizações de todos os setores, sejam públicas ou privadas, precisam incorporar práticas de reúso de água em suas estratégias operacionais. “Abordar este tema é fundamental para garantir a resiliência hídrica, reduzir custos operacionais e mitigar riscos ambientais, contribuindo assim para a sustentabilidade de longo prazo”, advertiu.

No que diz respeito às indústrias, de acordo com Haas, é imprescindível que cada setor analise as formas mais eficazes de implementar o reaproveitamento. “Isso por acontecer de diferentes maneiras, como o reúso interno em cascata, onde um efluente com baixo nível de contaminação é reaproveitado em processos que exigem uma menor qualidade de água; ou por meio do reúso interno pós-tratamento, no qual os poluentes são removidos para que a água possa ser utilizada em processos que demandam maior qualidade”, complementou.

Diferentes aplicações

Entre os demais temas abordados na capacitação, o PhD em Ciências Biológicas e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Suínos e Aves, Alexandre Matthiensen, falou sobre as “Práticas, Vantagens e Desafios do Reúso da Água no Setor Agropecuário”; enquanto o mestre em Engenharia Ambiental e servidor da CASAN, Rodrigo Maestri, tratou das “Inovações e Aplicações do Reúso da Água no Saneamento”.

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