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“Cometa Verde” poderá ser visto pelo Parque Astronômico de Criciúma

“Cometa Verde” C/2022 E3 (ZTF), que está passando pela Terra pela primeira vez em 50 mil anos

Desde a inauguração, o Parque Astronômico Municipal Albert Einstein E=mc² recebe centenas de visitantes diariamente. Mas, nesta quinta-feira, dia 9, será realizada uma ação especial no local, a caçado ao “Cometa Verde” C/2022 E3 (ZTF), que está passando pela Terra pela primeira vez em 50 mil anos. 

O responsável tanto pela palestra quanto pela orientação nas práticas de observações no parque será o geólogo do município, Maurício Fenilli de Menezes. Conforme Fenilli, o evento é intitulado de ‘caçada’ porque não é garantido que o cometa poderá ser visto. “O evento também poderá ser alterado devido a práticas meteorológicas, seja pela nebulosidade ou até mesmo pela chuva”, reforçou.

“O evento ocorrerá de quinta-feira a domingo, às 20h, e contará com uma palestra sobre cometas e uma ‘caçada ao cometa verde’ com os telescópios. É importante mencionar que não há certeza se será possível ver o cometa devido aos fatores meteorológicos e de posição do astro”, explicou o geólogo do município, Maurício Fenilli de Menezes.

Os visitantes serão recepcionados em uma palestra chamada ‘Cometas, os viajantes congelados do espaço’ e, logo em seguida, serão direcionados aos telescópios para dar início a caçada do astro.

O espaço visa incentivar a observação do universo, despertando a curiosidade no estudo da Ciência e das áreas que compõem a Astronomia. O local conta com um planetário digital, exposições de constelações, laboratórios, telescópios e observatórios a olho nu.

Como funcionam as visitações

O Parque Astronômico de Criciúma funciona todos os dias das 9h às 21h. O parque está localizado no Morro Cechinel, e suas práticas de observação nos telescópicos ocorrem de quinta-feira a domingo, das 20h às 21h. O local também conta com sessões guiadas no parque e em seu planetário digital que ocorrem de quinta-feira a domingo as 15h, 17h e 19h. O ingresso para participar das sessões no planetário custa R$ 10,00 por pessoa que será vendido no local.

Porém, crianças menores de seis anos, idosos e grupos de professores e alunos de escolas públicas municipais, estaduais e de creches não pagam. Já os professores e estudantes de escolas particulares de Criciúma, de escolas públicas e particulares de outros municípios e os universitários que desejam participar das sessões tem direito a meia entrada.

Um pouco sobre o Cometa Verde

De acordo com o geólogo, o Cometa Verde com denominação oficial de C/2022 E3 (ZTF) é de longo período, e sua coloração é verde devido a composição de carbono em sua estrutura. Além disso, a última aparição do cometa próximo a Terra ocorreu há 50 mil anos.

Os cometas podem ser caracterizados como fragmentos congelados do espaço e que estão passando pelo Sistema Solar. Então, se conseguirmos observá-lo será uma grande oportunidade nos estudos astronômicos para todos que estiverem participando da nossa caçada”, destacou Fenilli.

Um mês de Parque Astronômico

Depois de ser inaugurado no dia 06 janeiro no aniversário de 143 anos da cidade de Criciúma, nesta segunda-feira, dia 06, o Parque Astronômico Municipal Albert Einstein E=mc² completou um mês de funcionamento. O local, desde a sua inauguração, já recebeu mais de 8 mil visitantes em seu espaço, com a finalidade de participarem das visitas guiadas, sessões de imersão ao universo no planetário e nas sessões de observação nos telescópios ou a olho nu.

Além de todos os seus equipamentos de imersão ao universo, uma vasta coleção de meteoritos em exposição também vem fascinando e ganhando a atenção dos visitantes que passam pela estrutura. O responsável por todo acervo é o colecionador e geólogo do município, Maurício Fenilli de Menezes, que, devido ao seu interesse e admiração pelas cores e formas das rochas e cristais desde criança, é responsável atualmente pela maior coleção de Santa Catarina, com mais de dois mil exemplares de minerais, contendo meteoritos e também rochas terrestres e fósseis.

O geólogo iniciou a sua coleção ainda durante a pré-escola, sendo uma das razões que o motivaram a escolher o curso de Geologia futuramente em sua graduação. “Desde criança, eu já sabia que seguiria na área das Ciências Naturais, principalmente, devido aos meus pais e avós que me davam suporte e apoio para seguir na área científica. Então, à medida em que os exemplares aumentavam, meu fascínio e desejo em seguir essa área também aumentava gradativamente”, conta Fenilli.

Foto: Patrick Stupp

Os exemplares foram adquiridos por meio de trocas e compras, inclusive internacionais, com colecionadores da Europa e do norte da África. A coleção conta com exposições de meteoritos metálicos, rochosos, férreo-pétreos, incluindo os raros meteoritos lunar e marciano, além das rochas terrestres magmáticas, metamórficas, sedimentares e minerais cristalizados e fósseis. Os exemplares estão disponíveis na Central de Informação do parque.

“Dentre os vários objetivos do Parque Astronômico, um deles é mais do que ensinar, fascinar as pessoas. Desse modo, como todos os elementos do parque, a coleção consegue concluir esse objetivo, aproximando todos os visitantes de um maior contexto científico. Como resultado, as pessoas conseguem perceber que a ciência é algo tangível, curiosa e digna de grande fascínio”, completa o geólogo.

Foto Patrick Stupp

Por isso, segundo Fenilli, o Parque Astronômico Albert Einstein E=mc², ao ser o primeiro Parque Astronômico do estado de Santa Catarina, acaba abrindo oportunidades de estudos científicos na cidade de Criciúma. “Desse modo, o que antes era considerado um estudo distante visto apenas em livros ou fotos, agora pode ser feito em explicações didáticas no parque, estimulando a busca pelo conhecimento, que é um dos pilares da educação e está entre os objetivos do parque”, enfatizou.

Reconhecimento e visibilidade profissional

Devido à quantidade de exemplares em sua coleção, o geólogo ganhou reconhecimento no livro ‘Coleções Minerais do Brasil’, como um dos principais colecionadores do país. “Ganhar uma menção dos autores nesse importante livro foi um momento de felicidade e reconhecimento. Basicamente, pela visibilidade que me proporcionou em meio a tantos colecionadores de outros locais do Brasil. Sendo assim, posso dizer que foi uma conquista tanto como colecionador quanto em minha carreira profissional como geólogo”, ressalta.

Em termos de destaque em todos os exemplares presentes em sua coleção, Fenilli comenta que os principais são: o ferro-pétreo que é utilizado para entender a evolução dos planetas, o Dente de Megalodon, do norte da África, as rochas ametamórficas com 3,8 bilhões de anos e o carvão mineral. “O carvão merece grande destaque nessa coleção porque representa o símbolo econômico e histórico de nossa cidade”, afirma.

O secretário municipal de Educação, Celito Cardoso, lembra que a principal base nos estudos da ciência é a curiosidade, e cada mineral que compõe essa coleção apresenta uma peculiaridade e excentricidades únicas em suas formas e cores, estimulando a curiosidade de cada pessoa que o observa.

O município contar com essa vasta coleção de minerais proporciona momentos únicos para cada um que visita o parque. As pessoas que antes não tinham a oportunidade de ver um meteorito, rocha ou cristal de perto, agora podem ter momentos de estudo mais elaborados visitando o Parque Astronômico de Criciúma. Assim, conhecendo tanto as histórias de cada mineral ali presente quanto todos os seus fundamentos científicos”, enfatiza.

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