Combate ao crime ganha reforço na Regional de Criciúma
A 6º Delegacia Regional de Criciúma agora conta com um Núcleo Macrorregional para o combate a lavagem de dinheiro e crimes financeiros
A 6ª Delegacia Regional de Criciúma (DRP) ganhou um reforço importante nas investigações e combate a lavagem de dinheiro. Agora, a regional passa a contar com o Núcleo Macrorregional do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (LAB-LD/DEIC). É o primeiro instalado na regional. O LAB/SUL abrange quatro regiões: Laguna, Tubarão, Criciúma e Araranguá.
A função desta unidade especializada é produzir relatórios de análise técnica, a partir de dados originários de quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico que envolvam lavagem de dinheiro.
“Nós trabalhamos com dados, então, a Regional de Criciúma, no último ano, solicitou muitas demandas ao Laboratório de informações financeiras para suas investigações locais. Nada mais natural que, para conseguirmos dar conta dessa maior demanda do Sul, que se criasse o núcleo”, argumentou o coordenador do LAB-LD/DEIC, Delegado Rodrigo Raiser Schneider. O delegado argumenta que a Região Sul tem se destacado em forte combate ao estelionato e a crimes complexos, com investigações sobre facções criminosas e corrupção.
A finalidade dos relatórios produzidos pelo LAB-LD é fomentar a recuperação de ativos provenientes de lavagem de dinheiro. O Núcleo Macrorregional Sul também fará todo o trabalho de suporte às Delegacias de Polícia Civil com acesso a banco de dados restritos, informações de inteligência, bem como realizará relatório de inteligência financeira, análises bancárias e fiscais. “Este atendimento personalizado às demandas da região vai incentivar ainda mais as investigações de crimes mais complexos, de organizações criminosas e a lavagem de dinheiro propriamente dita”, vislumbrou Schneider.
Esta conquista ocorre a partir do trabalho desenvolvido nas Delegacias da Regional de Criciúma nos últimos anos em volume de informações buscadas junto ao (LAB-LD/DEIC). Só em 2022, foram 82 casos demandados pela Polícia Civil dos 12 municípios abrangidos pela 6ª DRP. A cidade de Criciúma encabeçou a lista com 44 dessas investigações, seguida de Içara com 12 casos e Urussanga com 11. Os tipos de crimes investigados que mais demandam a busca de informações financeiras e patrimoniais junto ao laboratório são tráfico de drogas, organização criminosa, corrupção e estelionato, conhecidos golpes em todas as suas modalidades.
Uma estratégia de combate contra as quadrilhas
Com vasta experiência e conhecimento nesta temática, o coordenador do LAB-LD/DEIC pontua que a Polícia Civil investiga e identifica autoria e materialidade muito bem. Tanto é que os índices de resolução de delitos são muito altos. Ele, porém, analisa que “as Polícias Judiciárias não estão acostumadas a trabalhar com o lucro do criminoso. O crime de hoje, 99%, visa o lucro. As organizações criminosas existem para fazer dinheiro”.
O Delegado Rodrigo Raiser Schneider explica, então, que o trabalho do laboratório dispõe-se à descapitalizá-las. “Pode-se prender um, dois ou três membros de uma organização criminosa que isso não faz diferença se não descapitalizar os bens, impactá-las financeiramente”, pontuou. Essa é uma mudança de postura que as Polícias Judiciárias estão tendo nos últimos anos e a Polícia Civil de Santa Catarina também vai nesta esteira, fortalecendo a parte de lavagem de dinheiro e a persecução patrimonial.