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Clube de robótica na escola: um ambiente para experimentar e aprender

Clube de robótica está sendo implantado em 32 escolas municipais de Criciúma

A escolha da profissão a seguir no futuro vem carregada de responsabilidades, pois não é uma decisão fácil de tomar. Para muitos, essa decisão leva um pouco mais de tempo. Muitas vezes, vem apenas após a conclusão do ensino médio, quando os estudantes ingressam no mercado de trabalho e buscam se encontrar profissionalmente.

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Mesmo assim, esse processo ainda pode levar um tempo até a pessoa realmente se identificar com algo. Isso, acaba provocando, as vezes, a sensação de ansiedade e até mesmo de “tempo perdido”. O contato com experiências que fogem da grade curricular durante o período escolar, é uma aposta que tem ajudado crianças e adolescentes a terem uma direção de qual profissão seguir no futuro.

Enzo Gabriel Pacífico Bernardes, de 11 anos, já sabe o que pretende cursar no futuro. “Quando crescer quero ser um designer de games”. A decisão dele é motivada pelo contato com as aulas de robótica, ministradas na Escola de Ensino Básico Filho do Mineiro, no bairro Metropol, em Criciúma, onde Enzo estuda desde o primeiro ano do fundamental.

A Escola foi contemplada com um laboratório de robótica, e em parceria com outras três instituições do município, como a Satc, Sesi/Senai e Abadeus. Os alunos têm aula de robótica no contraturno escolar, são 3 horas de prática nas chamadas salas maker. “Se não fosse a escola, acho que ia demorar para descobrir que gosto disso. O designer de games tem que fazer muitos cursos. E aprendendo um pouco na escola, já fica mais fácil”, explica Enzo.

Clube de robótica: parceria que está dando frutos

O projeto Clube de Robótica está sendo implantado em 32 escolas da Rede Municipal de Ensino de Criciúma. Cada uma das salas é equipada com 21 computadores e uma impressora 3D, até agora foram investidos no projeto R$ 5 milhões. “As atividades são desenvolvidas no contraturno escolar desde maio deste ano. Os alunos participam de uma trilha de aprendizagem, aprendendo lógica de programação, robótica, eletrônica e desenvolvendo soluções para necessidades reais”, explica Angelo Machado Bortolon, coordenador de Tecnologia Educacional da Secretaria de Educação de Criciúma.

Impressora 3D na sala maker – Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

Na aula de robótica, as turmas são acompanhadas por um professor, que dá todo o suporte e direcionamento para os estudantes. “Estamos plantando uma semente, com isso abrimos um leque de oportunidade preparando futuros profissionais para a área de tecnologia”, diz Angelo.

Pode parecer que estão apenas se divertindo com joguinhos no computador, mas Enzo já aprendeu e estava desenvolvendo um jogo online. Quem vê a habilidade que o pequeno tem com as máquinas, nem imagina que o primeiro contato com um computador foi na escola. “Aprendi tudo na escola. As únicas vezes que mexi em um computador foi em informáticas, quando ainda tinha na antiga escola. Eu não sabia fazer nada do que sei hoje”, conta a criança.

Professor orientando alunos na aula de robótica – Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

Uma sociedade mais conectada

“A prefeitura municipal de Criciúma está atenta a este cenário e caminha a passos largos para formação de uma sociedade conectada com o novo mercado de trabalho. Em atividades de contraturno, tem desenvolvido iniciativas na área de idiomas, tecnologias e empreendedorismo. Poder compartilhar a expertise obtida e experimentada na Escola S é motivo de muito orgulho para o SESI e o SENAI, pois é através de projetos como este que colocamos em prática nosso principal propósito, que é mudar a vida das pessoas”, declara Valmir Cabral da Silva Neto, Gerente de Operações SESI SENAI Regionais Sul e Litoral Sul.

O projeto de robótica nas escolas teve início em Criciúma no ano de 2019, com a participação de 16 escolas e 480 alunos. Em 2021, eram cerca de 1,7 mil alunos atendidos, e, em 2022, a previsão é que participem do projeto 2,5 mil estudantes. Somente a Escola S prestará atendimento a aproximadamente 1.040 estudantes da rede.

Preparando os alunos para o ambiente corporativo e para empreender

Não se concretiza um projeto importante como este somente com criatividade, pois é necessário ter concentração e foco em resultados. “Nosso propósito é que além das aulas de tecnologia, os alunos possam ter uma formação mais completa, com aulas de empreendedorismo, economia e finanças. Queremos gerar esse amadurecimento, criar oportunidades”, ressalta Angelo.

O mundo corporativo quer funcionários que já tenham essa mentalidade. Que desenvolvam também as chamadas “soft skills”, as habilidades sócio emocionais. Um dos motivos para isso é a facilidade de quem apresenta essa postura de se acostumar ao ambiente organizacional. “Considerando este cenário, temos a necessidade de mudanças significativas também no modelo educacional, proporcionando experimentações práticas e conexão direta com a inovação para o desenvolvimento de habilidades do futuro. A robótica nas escolas, prevê a inserção de jovens em mundo tecnológico de forma lúdica e divertida, despertando o interesse pelas áreas tecnológicas e cumprindo um papel fundamental para o objetivo de formar jovens capazes de fazer a diferença neste novo mercado de trabalho”, comenta Valmir.

Nesse ambiente escolar protegido, onde é possível errar, experimentar, colocar em prática a criatividade, os alunos exploram um mundo novo repleto de oportunidades. “Nossa maior lição é mostrar que o importante não é saber fazer, mas sim que é possível fazer”. Essa lição, os alunos estão aprendendo muito bem.

Colaboração e fotos: Caroline Sartori

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