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Cerca de 30% dos pacientes com depressão são resistentes a tratamentos

Segundo a Organização Mundial da Saúde a depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo, sendo o Brasil o país com maior prevalência de depressão da América Latina e o segundo com maior prevalência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que têm 5,9% de depressivos.

Para combater esta doença, novas formas de tratamento estão sendo estudadas, e tais inovações foram o eixo central de debate da Aula Magna da especialização em Saúde Mental da Unesc. O encontro contou com uma das referências mundiais quando o assunto é Saúde Mental, o professor doutor da Unesc João Quevedo.

O professor apresentou diferentes formas terapêuticas de combate às depressões resistentes ao tratamento. “Pacientes com depressão resistentes são aqueles que não melhoram a despeito de fazer tratamentos usuais, o que corresponde a 30% das pessoas que têm depressão, um número significativo”, comenta Quevedo.

Ele ressalta ainda tratamentos alternativos, como o uso da estimulação magnética transcraniana, da eletroconvulsoterapia, entre outros. “Na Universidade do Texas, onde também trabalho, lidero o programa de transtornos e tumores resistentes ao tratamento, participando de todas essas pesquisas. De todas elas, para depressão resistente, acredito que a mais interessante é o implante de eletrodos no cérebro através da cirurgia de estimulação cerebral profunda. Já fizemos nove cirurgias, para pacientes extremamente resistentes ao tratamento, e desses nove pacientes, oito tiveram uma melhora bastante significativa”, comenta o professor.

Saiba mais

Médico psiquiatra e doutor em Ciências Biológicas, Quevedo é professor e vice-presidente no Departamento de Psiquiatria da Universidade do Texas, em Houston. Desenvolve pesquisas nos Estados Unidos e no Brasil sobre transtorno bipolar e depressão. É membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências, editor chefe da Revista Brasileira de Psiquiatria, vice-diretor científico da Associação Catarinense de Psiquiatria e secretario da Sociedade de Psiquiatria de Houston.

Na Unesc já foi coordenador do curso de Medicina e é professor titular de Psiquiatria e coordenador do Laboratório de Neurociências. Além de atuar nos programas de Pós-graduação, Mestrado e Doutorado da Unesc, o professor possui um trabalho reconhecido no tratamento de pacientes junto ao Instituto de Neurociências Doutor João Quevedo.

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