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CÉLIO BOLAN: Cidades sustentáveis Compaz (Centros Comunitários da Paz)

Soluções para problemas de violência e de moradia estão interligadas. Ganha força o debate sobre acesso a moradia em zonas urbanas. Embora fundamental, a questão do déficit de moradias com preço acessível em áreas centrais é apenas um elemento da ampla reflexão que precisa ser feita diante deste desastre. O momento é oportuno para encarar uma conversa sobre como escolhermos cerzir nossas cidades e como essa decisão se relaciona com a segurança pública.

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Os seis candidatos oponentes que se apresentaram para gerir a cidade no período 2021 – 2024, não têm encantado os eleitores com as propostas ou são apenas vagas propostas porque nenhuma consistência observou em seus argumentos sobre o tema em questão que está na mesa. No Brasil, Recife chama a atenção que os projetos exemplares de segurança urbana venham sendo implementados pelas prefeituras, apesar de constitucionalmente não caber aos municípios a maior responsabilidade pela segurança pública. Medellín, na Colômbia tem oferecido politicas municipais de prevenção à violência e de promoção da cultura da paz.

No Brasil, 76% da população vivem em áreas urbanas. A situação de parcela significativa desses indivíduos é de baixo acesso a saneamento, escolaridade e serviços em geral. Segundo o IBGE, 36,1 milhões de pessoas vive em áreas urbanas em condições de vida baixas, baixíssimas ou miserável no país. Vejo nossos pretendentes a ocupar o paço municipal falar em crescimento econômico, como especialistas. Mas esquecem de ou não sabem que o saneamento básico é ponto de partida para qualquer discussão sobre desenvolvimento. Não há como pensar em crescimento econômico sem serviços fundamentais. Este jogo está muito tranquilo ou sem graça para o grande favorito. Até isto politico tira da gente: A Graça. Em Medellín (só o nome já assusta), a taxa de assassinatos passou de 380 homicídios por 100mil habitantes, sendo premiada como a cidade mais violenta do mundo. E a nossa Recife com isto? Só 300 homicídios a menos. O corajoso e inovador pernambucano Murilo Cavalcanti visitou 35 vezes a Medellín para estudar a politica de Pacificação Urbana que reduziu o número para inacreditáveis 23 homicídios por 100mil. Trouxe de volta conhecimento e parcerias de ouro.

Onde entra a projeto COMPAZ – Centros comunitários da Paz –, copiados e aplicados com maestria e inclusive com o prêmio no peito de melhor projeto de enfrentamento à desigualdade social no Brasil da ONG internacional WWF.  Pensam-se de imediato em cidades seguras, muros altos, cercas elétricas e câmeras em abundancia (réu confesso). De fato, tais elementos são priorizados por abordagem baseadas na ideia que criar obstáculos dificulta a ação de indivíduos que cometem crimes. Evidências tem indicado, no entanto, que tal esforço com frequência apresenta resultado inverso. Modelos defensivos têm produzido barreiras físicas para a convivência, reforçando desigualdades e, assim, a insegurança.

Então como se faz? Medellín (vem o que na cabeça), seus prefeitos optaram por construir instalações físicas independentes com propósitos específicos, como as belíssimas bibliotecas públicas em áreas pobres, os colégios de alta qualidade nas favelas, centros de apoio aos empreendedores e pequenos negócios, pátios de eventos, e… Acredito em progressos reais, e Yes we can?, Oh! Que lembrança boa.

Em Recife, o prefeito Geraldo Júlio e seu YES WE CAN, como fazer e superar a limitação do sistema fiscal Brasileiro, que destina aos municípios menos receitas e liberdade de gastos do que no modelo colombiano, com o vexatório de que sobra pouco para investimento nas nossas prefeituras devido às despesas obrigatórias ao pagamento de dividas. Mas e as 35 viagens emoldurada de conhecimentos à Colômbia não podem ser desperdiçadas, podemos concentrar a instalação das diferentes atividades e serviços pretendidos, de modo integrado, em um mesmo prédio, o Compaz, ao invés do dispendioso descentralizado utilizado por lá.

Fala-se em sustentabilidade, cidadania, transparência, mas em Criciúma, tivemos algo parecido em cima da loja tal, mas também o vento levou para bolsos além da calça jeans. Um adolescente pode treinar xadrez, judô ou tênis, da mesma forma uma criança faz aula de balé e brinca em caixa de areia e idosos acessam computadores e contam historias ou fazem terapias em grupo. Yes we can e mais, muitas atividades educacionais, culturais, esportivas e de empreendedorismo, no Compaz cabe mais, oferta serviços como Procon, alistamento militar, mediação de conflitos, CRAS, assistência a mulher, abrigando ações de treze secretarias municipais. E ai! Pretendentes ao paço municipal parem de encher seu plano de governo com 50 propostas que nunca vão realizar e lancem 21 ideias, tipo a Biblioteca viva, na qual ocorrem leituras, cursos, estudos, atividades infantis ou o charmoso bate-papo entre os jovens. Jovens em bandos venham se preparar para disputar no território da politica, o campo esta livre e fácil de conquistar, mas sem os vícios da compra da consciência das pessoas por cimento, tijolos, gasolina e mais, mais. A politica é uma maravilha, deveria ser uma festa permanente neste período, mas tem muitos políticos que estraga a brincadeira cívica e fica sem graça, mas tem gente boa, não fujam e venham para o jogo tomar seus lugares. Recife formou a Rede de bibliotecas pela Paz em três bairros e entregou à gestão a Secretaria de Segurança Urbana.

O Compaz é fábricas de cidadania e o fundamento metodológico que franqueia as atividades é a Cultura da Paz. O princípio fundamental do projeto é o mesmo de adotado por Medellin: o melhor para os mais pobres. Os Compaz não têm muros, as edificações e os equipamentos seguem um padrão de arquitetura e limpeza de alto nível, não se entrega a sobra. A satisfação dos usuários prova-se pela inexistência de histórico de depredação ou agressividade e convivem mais de 30 mil usuários cadastrados nas redes. As comunidades são ouvidas sobre as atividades e o funcionamento desde a fase de projeto e implantação até o seu cotidiano.

Votam-se muitas vezes pelas redes sociais as decisões a serem aplicadas. E para dar um sabor de inveja a quem não faz as boas práticas e ideias, elas se instalaram nos bairros com maior índice de violência com resultados de baixa acentuada e estáveis do que os que não dispõem. O quarto já foi instalado em 2019 e temos mais três em estagio avançado. Este ano o sistema enfrentará seu teste de maturidade. Na tradição Brasileira os projetos não costumam ser mantidos pelos prefeitos seguintes, até mesmo quando se sucedem aliados políticos.

Então, a hora chegou para mudar o modelo? Ou será que outro candidato a vereador terá que apresentar a ideia dos Centros Comunitários da Paz? Quando também conheci projetos sobre as Ruas Completas havia 20 dias. 2024 está  logo ali, ou alguém toma estas práticas mirando o bem para os mais pobres ou entro no jogo.

Semana que vem temos o artigo: London Talk, projeto absurdo de inovação da prefeitura, pela Internet. Os cidadãos da capital inglesa, se informam sobre tudo o que ocorre na administração municipal e na vida normal, sugerem e interferem em obras e políticas públicas e se fazem ouvir por seus representantes. Isso é o futuro da política.

No Brasil, ainda estamos atrasados, mas vamos chegar a esse patamar. É nisso que acredito! Em Londres (perdi meu celular, sem localização, sem carga, deixei cair do bolso em um táxi e se ajustou em baixo da cadeira. Em três contatos via rede do aplicativo, em 60 minutos de culpa, recebi de volta intacto). Tem uma galera em Criciúma (a suposta líder estudou um ano em Londres), que conheci através de uma reportagem e aplica esta ideia do Projeto Talk, realizam o cine Talk, no qual será exibido um filme com áudio e legendas em Inglês para incentivar a prática do idioma. Após o filme é promovido um debate todo em inglês sobre tema.

Logo já discutir sobre smart cities (cidades inteligentes) ou smart grid (inteligência no sistema elétrico orientei um aluno sobre sua ideia, que se transformou em projeto tema em seu TCC de Engenheiro eletricista). Vamos nessa, porque Bogotá, Los Angeles, Copenhague e outras cidades têm, e por sermos Criciúma de 217.202 habitantes não podemos desejar o melhor. YES, WE CAN.

                                                                     Celio Bolan – Estratégias além do óbvio

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