Com a Catedral São José repleta de fiéis, o Bispo da Diocese de Criciúma, Dom Jacinto Inacio Flach, presidiu a celebração que deu início ao grande mistério do Tríduo Pascal, com a Missa da Ceia do Senhor, na noite desta quinta-feira santa, 29. “Nesta noite Jesus institui algo de maravilhoso que acompanha a Igreja do Senhor e as duas coisas estão unidas: o Sacerdócio e a Eucaristia. Não existe sacerdócio sem Eucaristia e nem Eucaristia sem sacerdócio, que se perpetua na Igreja há dois mil anos. O sacerdócio ministerial está ligado, diretamente, ao sacerdócio de Cristo e, portanto, padres e bispos consagram a hóstia verdadeira que é o próprio Corpo e Sangue de Cristo e constituem este ministério a serviço do povo de Deus. Ninguém fica padre para si, fica padre para servir”, ressaltou o Bispo, no início de sua homilia.
O serviço impulsionado pela Eucaristia
Conforme Dom Jacinto, o sacramento da Eucaristia, rememora ao povo de Deus que saiu do Egito, onde era escravo, e comeu pães ázimos para poder aguentar a passagem pelo deserto até a terra prometida. “Tinha que ter pão, tinha que ter alimento material, mas isto já era uma prefiguração daquilo que Jesus iria instituir bem mais tarde, o seu próprio corpo. Não é qualquer pão simbólico que alimenta nossa vida física, mas este pão espiritual nos alimenta para nós podermos ser fortes e resistentes para chegar à vida eterna. Eles foram até Israel e nós queremos ir até o Céu. São João quer lembrar que quem comunga a Eucaristia, o Corpo e Sangue do Senhor, precisa ser alguém que serve, servir como Jesus serviu. Por isso o lava-pés, que deve estar sempre no meio da Igreja de Cristo”.
Lava-pés com participação de profissionais de segurança e educação
A celebração contou com o tradicional gesto do lava-pés, desta vez, com os 12 apóstolos representados por agentes de Polícia Civil, Sistema Prisional, Trânsito, Corpo de Bombeiros, Casa Manjedoura, Educação e Ensino Religioso, além de um casal com filho, representando a família, em sintonia com o tema da Campanha da Fraternidade – Fraternidade e Superação da Violência e lema “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). “A Igreja precisa ajudar para que isso diminua, para que tenhamos um país, uma sociedade menos violenta, com mais paz, com mais Deus em nosso meio. Estas pessoas não foram escolhidas por acaso, foram escolhidas porque são pessoas que tem ligação direta com aquilo que queremos construir, com nosso esforço e com a graça de Deus. Por isso, irmãos e irmãs, que nós possamos ser todos agentes que participam de um mundo mais fraterno, mais humano, onde cada um faz a sua parte e, com certeza, Deus estará nos abençoando e o mundo será cada vez melhor”, disse Dom Jacinto.
A Igreja a serviço da caridade
Ainda em sua reflexão, o Bispo explanou acerca dos trabalhos da Igreja no Brasil. “De 60 a 80% de toda a caridade, de todo o amor ao próximo é feita pela Igreja Católica”, declarou, ao enaltecer a generosidade das comunidades da Diocese de Criciúma na ajuda aos pobres e mais necessitados, com coletas e valores ofertados pelo dízimo que possibilitam inúmeros trabalhos sociais desenvolvidos por pastorais e movimentos, em todas as paróquias. “Se fossemos quantificar tudo, seria uma lista tremenda de bênçãos e graças que a Igreja faz, dia a dia, no silêncio. A um povo bom e generoso nunca faltará as bênçãos para sua família e comunidade”, concluiu o Bispo, elogiando o compromisso e a fé dos batizados.
Celebração só termina no sábado