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Cedoc Unesc: cuidado e valorização da história

Não dá para descrever o Cedoc (Centro de Memória e Documentação) da Unesc sem dizer que é um lugar que guarda e preserva verdadeiros tesouros. O espaço armazena incontáveis documentos em diversos formatos, capazes de contar infinitas histórias daquilo que já passou. Seu acervo oferece material para pesquisas que para sempre irão alimentar a curiosidade e o interesse pelas mais profundas raízes da região, daqueles que já se foram e, daqui há algum tempo, daquilo que se vive na atualidade, já como passado. Apesar de contar com vasto material histórico, engana-se quem pensa que tudo isso fica intocado. Toda essa riqueza passa por uso de estudantes e pesquisadores dispostos a multiplicar o conhecimento ali guardado.

Criado em 2000, o Cedoc conta atualmente com um Centro de Documentação e Pesquisa, um Laboratório de Conservação e Restauração, um Laboratório de Memória e Patrimônio e um Laboratório de Som e Imagem. Cada setor é responsável por meticuloso trabalho que, conforme o coordenador do Centro, Paulo Sérgio Osório, se completa. “As funções da equipe, que conta com três funcionários e dois estagiários, vai desde a recuperação de imagens, fitas, livros e documentos até a organização e a apresentação de palestras, oficinas ou minicursos sobre história, memória, patrimônio cultural e conservação de acervos, serviços prestados também para a comunidade externa.

Documentos centenários

Entre os principais tesouros guardados entre os arquivos deslizantes do Centro de Memória e Documentação estão algumas coleções de uma empresa chamada Bortoluzzi, ativa aproximadamente no ano de 1900 em Nova Veneza. De acordo com o coordenador do Cedoc, o acervo documental produzido pela empresa é extremamente importante para a história de toda a região. “São papéis que trazem não só questões do trabalho em si que na época consistia no comércio de banha processada, vendida até para fora do país, mas também relatos sobre família e as relações de trabalho naquele período”, comenta Paulo.

Ao receberem um contato questionando sobre o interesse em tais documentos, de acordo com o historiador, a equipe foi até o galpão onde a empresa era sediada e recolheu tudo com cuidado, embora os papéis estivessem em estado de sujeira, desorganização e até molhados, devido as condições do espaço. “Após a separação, organização e todo o tratamento ao acervo já tivemos diversos pesquisadores que buscaram informações nesses documentos e dois Trabalhos de Conclusão de Curso produzidos exclusivamente com o material, tamanha sua riqueza”, completa.

Outra coleção que chama a atenção e é considerada especial entre o acervo é a doação realizada há quase 20 anos pelo Fórum da Comarca de Criciúma, que demonstrou interesse em repassar documentos de processos da Vara da Fazenda abertos entre as décadas de 40 a 70. “São muitos processos por acidentes de trabalho em minas, olarias, cerâmicas e empresas de vestuário. No meio disso tudo são encontrados laudos, depoimentos, jornais, perícias, cartas, fotos e nelas até registros por exemplo de plantas. Olha só quanto detalhe”, destaca o coordenador.

Estar diariamente entre esses verdadeiros tesouros, para a assistente de restauração documental do Cedoc, Lisiane Acordi Rocha, é apaixonante. “Comecei meu trabalho como estagiária e logo me encantei com esse universo. Com tanta informação interessante entre essas caixas e documentos, minha vontade é ficar aqui dentro horas e horas só lendo e descobrindo coisas novas”, confessa.

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