CBF e futebol brasileiro são vítimas de ataques racistas nas redes sociais
Entidade irá acionar juridicamente os envolvidos nas ofensas, direcionadas a jogadores, torcedores e ao presidente Ednaldo Rodrigues
O perfil da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Instagram, sofreu violentos ataques racistas ao longo dessa semana. Tais ataques comparavam os jogadores brasileiros e também os torcedores a macacos. Além disso, as ofensas chegaram também ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que de forma pejorativa e desrespeitando não só a ele como a toda uma etnia, o classificaram como índio. A CBF já tomou as medidas cabíveis nesse caso, que são: comunicar às autoridades policiais, visando a identificação e punição dos autores desses ataques, pois se tratam de crimes capitulados na legislação brasileira, inclusive punidos com pena de prisão. Além disso, tais perfis foram denunciados ao Instagram. Também na esfera desportiva, foram enviados ofícios à FIFA e Conmebol, dando ciência do fato.
“Tenho orgulho de ser o primeiro negro, nordestino, descendente de indígenas a ocupar a presidência da CBF. Sempre soube e sigo consciente da minha luta e das dificuldades que terei que passar ao longo da minha vida por não ter origem na elite do Brasil, de ter vindo do interior do Nordeste. Desde os oito anos de idade convivo com a pesada mão do racismo, tanto sobre mim quanto sobre a minha família. Meu compromisso em transformar o futebol brasileiro em um lugar sadio não será cerceado. Luto por respeito a todos, onde os campeonatos sejam valorizados e onde o dinheiro que entra na CBF não tenha como destino o bolso de terceiros e, sim, seja revertido para o desenvolvimento do futebol. Luto para que os campeonatos sejam cada vez melhores e organizados em todas as séries – masculino e feminino -, como vêm acontecendo atualmente. E fortaleço o compromisso de montar Seleções Brasileiras vencedoras, caso da Seleção Masculina Principal, que há 21 anos não vence uma Copa do Mundo. Não vou me afastar jamais dos meus compromissos e não serei intimidado por criminosos, racistas, xenófobos e corruptos que transitam pelas sombras”, enfatizou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
“Nossa luta seguirá e não será interrompida por atos como estes. No ano que vem, faremos o jogo “Uma só pele” na Espanha, que vai além de uma partida de futebol, mas é um ato para chamar a atenção de todos a refletir sobre o fim da discriminação”, destaca Rodrigues.
Ainda segundo ele, todas as medidas junto às esferas pública e privada serão tomadas cada vez que houver algo semelhante aos ataques. “Não haverá trégua. A luta contra o preconceito é uma das bandeiras mais importantes da atual gestão. Venha de onde vier, de racistas como estes, de xenófobos como estes, de homofóbicos, de criminosos e de pessoas que fazem parte de um passado sombrio e corrupto da entidade e daqueles que ainda tentam, de todas as formas, retomar suas benesses pessoais”, finaliza o presidente.