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Catedral São José lotada na celebração da Paixão com adoração da cruz

Compartilhar da dor de Jesus, que deu sua vida por amor à humanidade. Com este sentimento, mais de mil fiéis participaram, na tarde desta sexta-feira santa, 30, da Celebração da Paixão do Senhor, na Catedral São José. A celebração foi presidida pelo Bispo da Diocese de Criciúma, Dom Jacinto Inacio Flach, e concelebrada pelo Coordenador de Pastoral, padre Joel Sávio, e pelo Pároco, padre Antônio Júnior.

A vida nova pelo “novo Adão”

Após a leitura da liturgia da paixão vivida pelo Senhor, o Bispo conduziu sua reflexão, recordando os primórdios da história da Criação, quando Deus criou Adão e Eva e o pecado por eles cometido os deixou nus. Dom Jacinto relacionou a nudez de Adão e de Eva à nudez que tomou conta de Jesus em seu nascimento e na hora da morte, quando tiraram sua túnica.

“Agora que Jesus anunciou o Reino de Deus, sofre, no fim da vida, a maior injustiça que um ser humano pode fazer: condenar, injustamente, alguém à morte. Foi o que fizeram com Jesus. Não o povo em geral, alguns! E a roupa que Ele ainda tinha foi sorteada, distribuída. Lembra aquele Adão primeiro, lá no início, que estava sem roupa, sem proteção. Deus colocou roupa nele. Agora Jesus morre sem roupa e transpassado pelo lado. Assim como Deus tirou, do lado de Adão, Eva, agora, no momento da cruz, nasce a mulher chamada Igreja, mãe de todos nós. A Igreja de Cristo nasce quando Ele é ferido no lado pela lança, de onde saem sangue e água, que lembra os sacramentos e a Igreja. Ele morre nu, mas reveste todos nós com a graça da salvação da vida eterna. Veio ao mundo humilde, sem nada; morre sem nada, para trazer tudo para todos nós. Hoje, olhando bem a história da humanidade, que começa na vida, num sentido muito profundo, de Adão, o ‘novo Adão’ trouxe vida, esperança e nos cobriu de bênçãos e graças, para que ninguém se sentisse abandonado, esquecido. Deus olha para todos nós. Naquele dia, quando morreu na cruz, Ele olhou para a humanidade, para mim e para cada um de vocês e nos deu a sua misericórdia, nos acolhendo e nos perdoando”, ressaltou Dom Jacinto.

Encontrar força na cruz de Cristo

O Bispo enfatizou que a Celebração da Paixão não é apenas uma celebração para se fazer memória, mas para que todos sintam-se, em seu coração, filhos muito amados por Deus. Após as preces da Oração Universal, em que são feitos pedidos pelos cristãos e por diversas situações no mundo, houve o momento da comunhão e a celebração prosseguiu com a Adoração de Cristo na cruz, com o beijo da cruz.

Dom Jacinto recordou a todos que a lei suprema tem como base o mandamento do amor, e orientou para que cada um, quando do momento do beijo da cruz, recordasse das suas cruzes e pedisse força e ânimo junto à cruz de Jesus. O Bispo recordou o fato de muitos, na hora derradeira, pedirem para tomar o crucifixo em mãos.

“O próprio Papa São João Paulo II, na hora da morte, pediu que trouxessem a cruz e ele abraçou aquela cruz pela última vez. Encontrou força para sua cruz na cruz do próprio Cristo. Quando vocês passarem por momentos difíceis, peguem a cruz e beijem a cruz, abracem essa cruz. É ali que está a nossa força para as nossas paixões, quando passamos por elas. A cruz sempre é um sinal de vida, de esperança e de vitória em nossa vida. Que todos, na hora do beijo da cruz, lembremos: ‘Qual é a minha cruz mais pesada, mais sofrida?’ e diga a Deus: ‘Eu preciso de força como tu tiveste, até o fim, entregando tua vida por amor, para que eu também possa levar até o fim, por amor”, pediu Dom Jacinto.

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